Caso Bernardo
Advogado do pai de Bernardo pede transferência da investigação e do julgamento para Frederico Westphalen
Jader Marques reclama também que só teve acesso a uma parte do inquérito
O advogado de Leandro Boldrini, pai de Bernardo, Jader Marques, disse no final da tarde desta terça-feira que seu cliente abriu mão de todo sigilo para contribuir com as investigações. Marques trouxe na Delegacia Regional de Três Passos uma declaração de Boldrini que autoriza o acesso às informações sigilosas, como informações bancárias e telefônicas.
- Ele abre todo e qualquer sigilo em benefício da investigação. Ele não precisa requerer ao juiz a quebra do sigilo, porque ele está oferecendo o acesso livre da polícia - explica Jader.
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O advogado insiste também na transferência da investigação e do julgamento para Frederico Westphalen, onde o crime teria sido consumado. Ele confirma que até agora teve acesso apenas a parte do inquérito.
- Fica a indagação da defesa de qual seria o interesse de manter sob sigilo elementos do meu cliente, que até agora não consegue entender a razão das informações da autoridade policial sobre a participação dele nos fatos - afirma.
Relembre o caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.