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Corrente do BEm

Após crime brutal, corrente virtual defende criação de Lei Bernardo

Criação de mecanismo legal serviria para que magistrados tivessem mais recursos para interferir e precaver casos como o do menino Bernardo

19/04/2014 - 07h01min

Atualizada em: 19/04/2014 - 07h01min


Adriana Irion
Adriana Irion
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Uma página criada na internet em 9 de abril reunindo mensagens de esperança pelo reaparecimento de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, tornou-se agora uma rede em torno da criação da "Lei Bernardo".

Os participantes da "Corrente do BEm" (o BE maiúsculos são uma referência ao apelido do menino na cidade) falam na criação de um mecanismo legal para que "magistrados tenham mais recurso para interferir e precaver este tipo de acontecimento". Bernardo desapareceu em 4 de abril, mesmo dia em que foi morto.

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Dez dias depois, a polícia encontrou o corpo e prendeu o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, e a madrasta do menino, Graciele Ugulini, além de uma amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz. Foi Edelvânia quem confessou o crime e deu pistas para a polícia.

A página "Desaparecido - Bernardo Boldrini" foi criada pelo estudante Magnos Leandro de Souza, 33 anos, de Três Passos. Ele não conhecia a família Boldrini nem Bernardo, mas teve a ideia da página para ajudar nas buscas depois de uma manifestação ocorrida na cidade, em 8 de abril:

- Achei que seria uma boa forma de ajudar, uma causa em prol da comunidade, que estava mobilizada. Queremos sensibilizar sobre os outros Bernardos que podem estar por aí.

A página tem dezenas de mensagens postadas pedindo atenção para a possibilidade de haver mais "Bernardos" em perigo. "Vamos nos amar mais... vamos nos permitir ser felizes para que outros 'Bernardos' não passem despercebidos pela sociedade e sejam salvos com o amor e carinho que ele tanto pedia", diz um dos textos.

As postagens lamentam a morte de Bernardo e falam de ineficiência dos órgãos responsáveis pela proteção de crianças e da dificuldade de levar denúncias adiante. Também há sugestão, por exemplo, para que se crie uma página na qual crianças possam fazer denúncias de maus-tratos. Até ontem, a página já havia sido curtida por mais de 59 mil pessoas.


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