desabilitada Polícia



Caso Bernardo

"Ele não merecia isso, era um menino de bom coração" diz professora de Bernardo

Professores vieram a Santa Maria para o velório. Na manhã de quarta-feira, outros professores e colegas chegam para o enterro

15/04/2014 - 21h24min

Atualizada em: 15/04/2014 - 21h24min


Além dos familiares e amigos de Bernardo, professores do menino vieram de Três Passos para o velório, em Santa Maria. Além dos professores, um ônibus com cerca de 40 alunos e outros professores do Colégio Ipiranga, onde o menino estudava, devem chegar na manhã da quarta-feira na cidade, para o enterro às 10h, no Cemitério Ecumênico Municipal.

Leia mais:
"Fui impedida de vê-lo por 4 anos, me chamavam de velha doente", diz avó
Polícia apura se Bernardo foi morto com dose excessiva de analgésico
Polícia ressalta importância da comunidade e de imagens de câmeras
Menino foi dopado antes do assassinato, disse amiga de madrasta à polícia 

Simoni Müller, professora de português de Bernardo, explica que ele estudava no Colégio Ipiranga desde os três anos, na educação infantil. Ela conta que o menino costumava passar os finais de semana na casa de amigos e colegas:

- Ele sempre se sentia em casa na casa dos amigos, cada final de semana ele procurava uma casa de um colega para visitar. Era um menino muito bom, abraçava todo mundo, sempre com um sorriso no rosto - conta a professora, que também é mãe de um dos colegas de Bernardo.

A professora de Geografia, Cecília Oppermann, lembra que o menino era coroinha da igreja e estava sempre na escola, mesmo nos horários que não tinha aula.

- A casa dele era o colégio. Era bastante prestativo, comunicativo, alegre, cheio de amigos. O que ele deixa para nós é o carinho. No velório, na escola, todos se abraçaram para lembrar dele, que vivia abraçando os outros - conta Cecília. 

As duas professoras explicam que até a noite da segunda-feira, quando o corpo do menino foi encontrado, todos tinham esperança de que ele voltasse para a casa:

- No domingo fizemos uma caminhada, uma homenagem. A gente falava que se tivesse 1% de chance de ele aparecer nós teríamos 99% de esperança - finaliza Simoni.

A escola onde o menino estudou deve organizar mais homenagens, mas ainda não há nada programado. A escola decretou luto oficial de três dias em memória de Bernardo.

O caso que chocou o Rio Grande do Sul

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo. O casal aparentava ter uma vida dupla, segundo relatos de amigos e vizinhos.

Corpo do menino foi encontrado a 80 quilômetros de Três Passos:



MAIS SOBRE

Últimas Notícias