Segurança



Caso Bernardo

Mulher que confessou crime indicou à polícia nome de medicação dada ao menino

Um dos remédios seria o Midazolan, de nome comercial Dormonid, de uso controlado e vendido apenas com receituário

20/04/2014 - 09h58min

Atualizada em: 20/04/2014 - 09h58min


Adriana Irion
Adriana Irion
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Ao confessar o assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, a assistente social Edelvânia Wirganovicz apontou para a Polícia Civil uma das substâncias que a madrasta do menino, Graciele Ugulini, teria dado ao menino no dia do crime.

Conforme o depoimento, um dos remédios seria o Midazolan, um sedativo e indutor anestésico muito usado em pequenos procedimentos, como endoscopias.

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Consultada por Zero Hora, a médica clínica geral Lisangela Preissler explica que se usado em doses excessivas o Midazolan pode levar à insuficiência respiratória. A necropsia feita em Frederico Westphalen foi "inconclusiva" para a causa da morte. A polícia aguarda novos exames periciais.

Edelvânia disse à polícia "lembrar do Midazolan, o qual Kelly (como Graciele é conhecida entre amigos) disse que ia deixar ele meio desmaiado e outro que era mais forte, que injetado em seguida do Midazolan seria fatal."

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Ainda conforme o depoimento, Kelly teria dado um primeiro comprimido a Bernardo antes de sair de Três Passos, a fim de que ele já dormisse na viagem. Mas não teria feito efeito e já em Frederico Westphalen ele teria tomado outra dose. Edelvânia confirmou aos policiais que Bernardo recebeu uma injeção no braço esquerdo. O Midazolan também existe na apresentação injetável.

Segundo a médica Lisangela, a apresentação oral da substância, conhecida pelo nome comercial de Dormonid, só pode ser comprada em farmácias mediante receituário azul, já que é de uso controlado. Já a apresentação injetável estaria disponível apenas em hospitais e clínicas para a realização de procedimentos como a endoscopia.

A polícia investiga se a medicação foi retirada da Clínica Cirúrgica Boldrini, de propriedade do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, em Três Passos. Edelvânia, no entanto, falou aos policiais que Kelly pegaria o remédio no hospital de Três Passos, "eis que disse que tinha acesso à medicação."

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