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Polícia investiga participação de mais pessoas no assassinato de Bernardo

Em entrevista coletiva à imprensa, delegada Caroline Bamberg diz não descartar o envolvimento de outros suspeitos na morte do menino

17/04/2014 - 11h21min

Atualizada em: 17/04/2014 - 11h21min


As duas principais linhas de investigação da polícia seguem as mesmas: crime passional ou patrimonial, que envolveria o direito a herança de Bernardo

Sem entrar em detalhes para não atrapalhar o andamento das investigações, a delegada Caroline Bamberg disse nesta quinta-feira, na sede da Delegacia Regional de Três Passos, que mais pessoas são investigadas pelo assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, ocorrido no dia 4 de abril. Até o momento, foram presos Leandro Boldrini, 38 anos (pai da vítima); Graciele Ugulini, 32 anos (madrasta); e Edelvania Wirganovicz, 40 anos (amiga do casal).

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As duas principais linhas de investigação da polícia seguem as mesmas: crime passional ou patrimonial, que envolveria o direito à herança de Bernardo. Durante a entrevista, a delegada detalhou que a cova onde o menino foi enterrado tinha 60 cm de profundidade e 40 cm de largura. Ele estava nu, dentro de um saco plástico, e as roupas não foram encontradas.

Além disso, a polícia investiga se a assistente social Edelvania Wirganovicz recebeu dinheiro para colaborar com a morte de Bernardo. Uma das peças que estaria faltando, admite a delegada, é esclarecer se a participação de Edelvania foi por amizade - como ela declarou - ou por motivação econômica.

Na noite de quarta-feira, dia 16, o médico Leandro Boldrini foi ouvido durante três horas em um dos presídios da região e dispensou advogado. A delegada Caroline Bamberg ainda não leu todo o depoimento, mas adiantou que a fala vai ao encontro a tudo que ela apurou até o momento.

Confira na linha do tempo a cronologia do caso Bernardo na Justiça:

O caso que chocou o Rio Grande do Sul

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini _ que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município _, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo. O casal aparentava uma vida dupla, segundo relatos de amigos e vizinhos.


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