Polícia



Criminalidade

Vila Cruzeiro do Sul tem ruas desertas, postos de saúde fechados e clima de tensão

Viaturas policiais circulavam a todo momento pelas vielas da região nesta quinta-feira

24/04/2014 - 19h30min

Atualizada em: 24/04/2014 - 19h30min


Poucos moradores saíram às ruas da vila nesta quinta-feira

As balas que nos últimos dias assustaram os moradores da Vila Cruzeiro do Sul não ricochetearam nesta quinta-feira, mas o clima de tensão ainda permanecia nas vielas da região na zona sul da Capital. Pouca gente circulava pelas ruas e cinco postos de saúde fecharam as portas no início da tarde.

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"Conforme orientação da gerência, unidade fechada por falta de segurança", dizia o aviso em frente à Unidade Básica (UBS) de Saúde Tronco. As unidades do Cristal, Vila Cruzeiro, Cruzeiro do Sul e Mato Grosso também suspenderam o atendimento. Um médico teria pedido demissão.

- Moro na Cruzeiro há 40 anos e nunca vi uma situação como a dos últimos dias. Mas hoje melhorou - afirmou uma moradora que observava o movimento da Rua Dona Otília pela janela de casa.

Viaturas policiais circulavam a todo momento pela Rua Dona Otília e pelas Travessas A, B e C, os principais focos de criminalidade. Pelo menos 54 policiais do Pelotão de Operações Especiais e 40 do Batalhão de Operações Especiais reforçam o efetivo do 1º Batalhão da Brigada Militar para garantir o patrulhamento da região. O contingente teria intimidado a ação dos bandidos, que fizeram ameaça de tiroteios e queima de ônibus.

- O reforço na área vai continuar pelo tempo que for necessário, até que a situação se normalize - afirmou a comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel Cristine Rasbold.

Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, uma das que fecharam na quarta-feira, o dia foi de atividades normais, mas poucos alunos compareceram. Logo na entrada do prédio, o aviso: "Visando maior organização e segurança para os nossos alunos, pedimos a gentileza de que pais ou responsáveis aguardem a saída de seus filhos no pátio da escola". As salas de aula não tinham mais do que seis estudantes. O turno da tarde acabou mais cedo, às 15h30min. Segundo a professora e orientadora Suzana Zanon, as mães ligaram para avisar que tinham medo de sair de casa e por isso não levariam os filhos ao colégio. O relato era de que os moradores estavam sendo revisados antes da entrada em alguns becos. A diretora, Beatriz Rocha Gonçalves, ouviu de vários pais a intenção de matricular os filhos em outra escola.

- Estamos em um entorno extremamente violento, mas dentro da escola, nada acontece. Eles respeitam muito os alunos e professores. Professores e funcionários também estão bastante angustiados, não sabem se querem continuar aqui - afirma Beatriz.

Na Unidade de Emergência da Cruzeiro do Sul, que manteve as atividades ontem, os funcionários faziam um apelo por presença policial. Na semana passada, criminosos que buscavam atendimento teriam ameaçado os funcionários.

- Enquanto não houver um plantão policial aqui dentro, os funcionários e médicos serão continuarão sendo ameaçados e até agredidos - disse o recepcionista Paulo Moacir Silva.

Em instituições de ensino localizadas perto dali, como a UniRitter e o Colégio João XXIII, as aulas transcorreram normalmente durante todo o dia.


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