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Em busca de vestígios

Mulher que levou bebê da Santa Casa teria apagado chamadas no celular

Luciana Soares Brito está presa desde quarta-feira, quando foi localizada por agentes da 17ª DP

26/06/2014 - 18h05min

Atualizada em: 26/06/2014 - 18h05min


Humberto Trezzi / Brasília
Humberto Trezzi / Brasília
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Carlos Macedo / Agencia RBS
Mãe de Bárbara diz que a menina "nasceu de novo"

Uma dúvida intriga os policiais civis que investigam o sequestro da recém-nascida Bárbara Casagrande: por que a sequestradora, Luciana Soares Brito, 39 anos, teria apagado as chamadas de celular feitas na tarde do crime? O bebê foi levado na terça-feira, quando ainda estava na maternidade do Hospital Santa Clara, em Porto Alegre, e só foi encontrado 10 horas depois.

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Luciana está presa desde quarta-feira, quando foi localizada por agentes da 17ª Delegacia de Polícia Civil, que receberam um telefonema informando do paradeiro da criança. A mulher, que trabalha como copeira em uma clínica psiquiátrica e faltou ao serviço no dia do sequestro, mantinha Bárbara na casa onde moram três de seus cinco filhos, no bairro Lami, extremo sul da Capital. Os filhos estranharam quando a mãe apareceu com a criança, mas a mulher informou que o bebê era seu - ela tinha mencionado estar grávida, meses antes.

A Polícia Civil pediu exames médicos em Luciana, que ocupa uma cela na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, separada das demais presas para evitar represálias (sequestro de criança é crime hediondo, na lei e no código informal dos presos). Serão feitos exames para verificar se ela está grávida - Luciana diz que espera um bebê, mas não tem barriga de gestante - e de sanidade mental.

Um dos filhos dela confidenciou a Zero Hora que a mãe esteve duas vezes em tratamento psiquiátrico nos três últimos anos, em decorrência de abalos emocionais sofridos após o ex-marido supostamente tentar matá-la.

Ao ser presa, Luciana apresentou comportamento infantil. Simulava embalar um bebê, falava com voz de criança e dizia ter sequestrado Bárbara para que fizesse companhia ao nenê que ela imagina ter. A principal hipótese cogitada pelo delegado Hilton Müller é de que Luciana sofra de problemas emocionais - talvez síndrome do ninho vazio (sofrimento pela ausência dos filhos, que já cresceram), mesclada com gravidez psicológica.

Os policiais, no entanto, não afastam a possibilidade de fingimento por parte da sequestradora. Espanta a eles que o celular de Luciana não registre chamadas próximas ao momento do sequestro, na tarde de terça, embora imagens de vídeo mostrem ela usando celular. Tudo indica que ela apagou as chamadas, mas a dúvida só será esclarecida com a quebra do sigilo telefônico dela.

Estado admite erro de comunicação para buscas

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) admitiu ontem que ocorreu uma falha no alerta sobre o sequestro do bebê. Às 16h50min, o atendente do 190 (telefone de emergência da Brigada Militar) recebeu a denúncia de um funcionário do hospital sobre um suposto sequestro de um bebê recém-nascido.

Foi emitido um alerta no sistema, recebido pela BM, que acionou sindicatos de táxis e EPTC, repassando dados das imagens que captaram a suspeita entrando em um táxi com o bebê. O problema é que o alerta não foi encaminhado à Polícia Civil. Mesmo com a falha, os policiais civis localizaram a criança. É a primeira vez que esse problema de comunicação ocorre, assegura a SSP. A causa é investigada e uma equipe trabalha para corrigi-la.

 

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