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Operação Alvorazes

Fraude em vales-refeições pode chegar a R$ 6 milhões em Alvorada

Investigação apontou que tíquetes eram emitidos em nome de fantasmas e, após a compra e venda de produtos, dinheiro era dividido entre os envolvidos

10/07/2014 - 12h14min

Atualizada em: 10/07/2014 - 12h14min


Débora Ely
Débora Ely
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta quinta-feira

A fraude envolvendo vales-refeições investigada pela Polícia Civil na prefeitura de Alvorada, na Região Metropolitana, pode superar R$ 6 milhões. O desvio de R$ 2 milhões já teria sido comprovado pela investigação por meio do uso irregular dos cartões de alimentação - mas, quando contabilizados também os tíquetes em papel, o valor pode até triplicar, afirmou o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Fazenda Estadual, delegado Joeberth Nunes.

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Na manhã desta quinta-feira, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão na empresa Green Card, especializada no segmento de benefícios de alimentação, na Refeisul - ligada ao Banrisul - e na casa de servidores municipais e ex-servidores de Alvorada e funcionários da Green Card.

Os mandados foram cumpridos nas cidades de Porto Alegre, Alvorada, Caxias do Sul, Viamão e Capão da Canoa. Três pessoas também foram levadas para prestar esclarecimentos. Até o momento, ninguém foi preso. Nas empresas e residências, a polícia apreendeu computadores, documentos, tíquetes de alimentação, dinheiro a até armas.

Confira em vídeo o cumprimento dos mandados nesta manhã:



O esquema foi informado à Polícia Civil pela atual gestão da prefeitura de Alvorada. O crime teria ocorrido na administração do prefeito João Carlos Brum (PTB), entre os anos de 2009 e 2012. Uma servidora municipal operaria o esquema e, inclusive, teria montado uma conta própria para gerenciar os valores recebidos. Na bolsa dela foram encontrados, nesta manhã, R$ 15 mil em dinheiro - e a mulher, que ocupava um cargo comissionado na prefeitura e já se exonerou da função, não esclareceu a origem do dinheiro. Um ex-secretário municipal também estaria envolvido. Segundo os investigadores, ele seria o responsável pela chancela dos pagamentos.

- Eram emitidos vales-alimentações, seja por meio de cartão eletrônico ou impressão de tíquetes em papel, para servidores já inativos, ex-estagiários, pessoas falecidas ou até mesmo em nome de terceiros que não eram servidores e que jamais tiveram acesso ao dinheiro - explicou o delegado Nunes.

A investigação durou sete meses e o inquérito deve ser concluído em 30 dias.

O Banrisul, por meio da assessoria de imprensa, informou que a Refeisul manteve contrato com a prefeitura de Alvorada até março de 2011 e que está colaborando com todas as informações solicitadas pela polícia.

Já a empresa Green Card informou, por meio de nota, que manteve contrato com o município de Alvorada para o fornecimento de vale-alimentação por meio de licitação, e que  "todos os fornecimentos vinculados à tal contrato ocorreram dentro do escopo do mesmo, sendo que a entrega dos vales-alimentação à Prefeitura de Alvorada ocorreu mediante prévia solicitação e autorização do setor competente do município, que indicava, nos termos contratuais, quem deveria receber os vales". A empresa afirmou ainda que aguarda a liberação dos autos do inquérito para analisá-lo e que está colaborando com as autoridades.

O ex-prefeito de Alvorada João Carlos Brum afirmou que não tinha conhecimento da fraude e que espera que os responsáveis respondam criminalmente pelo caso.

 

Como operava a fraude em vales-refeições | Create Infographics


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