Polícia



Perigo em casa

Ladrões atacam casas no bairro Bonsucesso, em Gravataí

Assaltos a residências no Bairro Bom Sucesso, em Gravataí, são cada vez mais frequentes e assustam moradores, que vivem uma rotina de insegurança

16/07/2014 - 07h02min

Atualizada em: 16/07/2014 - 07h02min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Furtos ocorrem frequentemente na Rua Barbosa Lessa, em Gravataí

Para os moradores da Rua Barbosa Lessa, no Bairro Bom Sucesso, em Gravataí, sair para trabalhar virou sinônimo de medo. Correm o risco de voltar para suas casas, encontrá-las arrombadas e com seus pertences levados por bandidos. Não é de hoje que assaltos a residências têm acontecido à luz do dia na região, especialmente no turno da tarde, quando a maioria das casas está vazia.

O instalador hidráulico Daniel Alexandre da Silva, 47 anos, já passou por este drama três vezes em um ano. A cada nova invasão, o prejuízo é dobrado: além dos bens furtados, ele investe em melhorias de segurança.

- Na primeira vez, entraram pela porta dos fundos e levaram uma tevê de 42 polegadas. Coloquei uma grade lá. Na segunda, entraram pela frente e roubaram um videogame. Coloquei outra grade e ergui um muro. Na terceira, quebraram a grade dos fundos e entraram de novo. Desta vez, limparam tudo que acharam, mas muita coisa pequena - lamenta.

Hoje, ele paga por um serviço de vigilância particular e conta com alarme e câmera. O aparelho, inclusive, registrou, recentemente, o ataque à casa do vizinho da frente. Na ocasião, um homem entrou tranquilamente pelo portão e saiu carregando uma tevê. No portão, um carro o aguardava para a fuga.

Drama de moradores é surpresa para BM
Não é difícil de encontrar na Barbosa Lessa vizinhos dispostos a descrever situações semelhantes. Pelos relatos, os bandidos invadem as residências visando, geralmente, aparelhos eletrônicos, fáceis de carregar, e, principalmente, de vender no mercado clandestino.

- Arrancaram a veneziana e entraram na minha casa às 15h, pela janela! Levaram tevê, notebook, máquina fotográfica, aparelho de som, entre outras coisas miúdas, mas de valor, como relógios e óculos - conta a diarista Vera Regina Consul, 54 anos.
Assim como Daniel, ela tem investido em segurança por conta própria. Diz que não pode contar com a Brigada.

- Não se vê uma viatura da brigada passando, um policial, nada! O que pude fazer foi colocar uma grade alta e bem resistente - diz.

Sem registro de ocorrências
O comandante do 17ª BPM de Gravataí, Vanderlei Mayer Padilha, mostrou-se surpreso ao ser informado dos casos pela reportagem do DG. Ele destaca que, muitas vezes, as pessoas não chamam os PMs nem registram ocorrência. O que dificulta o trabalho preventivo da BM.

É o caso de Tereza Tavares Matias, 68 anos. A dona de casa conta que já tentaram arrombar sua casa, mas que preferiu não prestar queixa.

-  Tem pelo menos mais três ou quatro casas aqui na vizinhança que já foram assaltadas. Nem me dou ao trabalho. Sou só mais uma... Nunca fazem nada - afirma.

Assaltos podem estar relacionados ao tráfico de drogas
Se as residências estão na mira dos assaltantes, o mesmo não acontece com os estabelecimentos comerciais da redondeza.

- A região aqui é bem violenta, tem muito assalto a pedestres e a casas, mas aqui no mercado nunca entraram - pondera a comerciante Paola Kalisiensky, 27 anos.

Como ela, a dona de lancheria Enir Greff, 55 anos, também tem motivos para comemorar.

- Tenho o bar há nove anos e nunca fui assaltada - diz.

Para o comandante Vanderlei, os responsáveis pelos furtos a residências normalmente são usuários de drogas. Os objetos furtados são usados para adquirir mais drogas ou pagar dívidas do tráfico.

- Cada vez que fazemos uma prisão de bandidos com armamentos e drogas, quando soltos, eles migram para o furto de residências, porque estão descapitalizados e precisam fazer dinheiro - explica.

- Sabendo desta demanda, vamos colocar o nosso serviço de inteligência em ação para fazer um levantamento nesta área e reforçar as medidas preventivas, como abordagens e patrulhamentos no local - planeja o comandante.


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