Porto Alegre



Controle de risco

Visita de Dilma, colapso no trânsito e jogo do Brasil testam centro de comando em Porto Alegre

Centro Integrado de Comando e Controle foi criado para ser um dos pilares da segurança na Copa

04/07/2014 - 17h05min

Atualizada em: 04/07/2014 - 17h05min


Diego Vara / Agencia RBS
Em 12 horas choveu 80% do esperado para o mês em Porto Alegre

Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, o coronel da Brigada Militar (BM), Antônio Scussel, diretor do o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), saía de sua casa, na zona sul de Porto Alegre, rumo ao trabalho. No caminho, foi avisado de que a Avenida Padre Cacique, submersa, deveria ser evitada.

O coronel decidiu ir para o CICC pela Terceira Perimetral.

- O percurso que faço em 20 minutos levou uma hora e 30 minutos - contou o coronel instantes após iniciar um dos dias mais tensos do CICC e iniciar o expediente de um dia que ficaria marcado na história da cidade.

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Montado como um dos pilares da segurança na Copa do Mundo, o CICC teve um dos maiores testes durante a manhã, quando a presidente Dilma Rousseff inaugurava um hospital na Restinga, zona sul de Porto Alegre, o trânsito entrava em colapso em várias regiões da Capital e trabalhadores deixavam o serviço tentando ir para casa para assistir ao jogo da Seleção.

O coronel chegou ao centro a tempo de ver as imagens das câmeras espalhadas pela cidade e distribuídas ao longo do trajeto da comitiva presidencial até o Hospital da Restinga. Ainda em casa, Scussel fora informado de que a confusão causada no trânsito pelo temporal não significaria perigo para o deslocamento de Dilma. Ela foi de helicóptero até o local da inauguração. Mas diversas autoridades foram de carro.

Uma hora antes de a presidente chegar à inauguração, o coronel estava preocupado porque as câmeras de segurança (cerca de 900, monitoradas por uma equipe de funcionários ligados ao município, ao Estado e à União) cobriam apenas parte do trajeto até o hospital. O restante do espaço deveria ser coberto por imagens geradas pelas câmeras de alta resolução (conhecidas como imageadores térmicos), que equipam um dos helicópteros da BM, que não levantou voo devido ao mau tempo.

Os dados sobre o alagamento nos trechos sem vigilância foram informados ao CICC por meio do WhatsApp - aplicativo para troca de mensagens no celular.

Cancelou a agenda

No final da manhã, Dilma e autoridades saíram da Restinga. A chuva havia parado, mas o trânsito continuava caótico - uma multidão tentava retornar para casa ou ia para a fan fest, às margens do Guaíba.

- O foco do CICC é a segurança pública. No caso do temporal, ele afeta a mobilidade da cidade, que pode se transformar em um problema de segurança. Daí a nossa preocupação - confidenciou Airton Michels, secretário da Segurança Pública do Estado.

O secretário cancelou a agenda da manhã e ficou no gabinete. Havia a possibilidade de um dos parceiros na CICC convocar uma reunião de emergência, que acabou não acontecendo. As autoridades municipais julgaram que a situação estava sob controle, conforme disse o coronel da reserva da BM Airton Carlos da Costa, coordenador do Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), que atua em parceria com o CICC.

- Monitoramos as condições climáticas da cidade em tempo real. Essa informação nos permite tomar decisões sob o impacto que eventos climáticos podem causar - informou Costa.

No meio da tarde, quando a cidade tentava voltar ao normal, a sensação no CICC era de que tinha sido vencido mais um teste de funcionamento do sistema - os primeiros foram o jogo de abertura da Copa em Porto Alegre e depois a partida da Argentina contra a Nigéria.


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