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Criminalidade

Assassinato de jovem de 15 anos em Alvorada ainda é mistério para a polícia

Há poucas pistas do assassino da adolescente Maria Aline, de 15 anos, levada de Gravataí. Ela foi encontrada morta e violentada na última sexta-feira

12/08/2014 - 07h01min

Atualizada em: 12/08/2014 - 07h01min


Divulgação / Arquivo Pessoal
Maria Aline foi estuprada e morta depois de ser raptada em Gravataí

Foi quando o funcionário do DML, na noite de sexta, entregou dois anéis para Adejalmo Rodrigues da Silva, 55 anos, que o mundo desabou sobre seus ombros. Os objetos estavam com sua filha, encontrada morta horas antes, com o uniforme escolar rasgado e sinais de esganadura e violência sexual, em um descampado da Rua Arno da Silva Feijó, Distrito Industrial de Alvorada. O pai teve a certeza de que eram as lembranças da festa do mês anterior, quando Maria Aline Ourique da Silva comemorou 15 anos.
Estudante da 8ª série do ensino fundamental na Escola Nicolau Chiavaro Neto, Centro de Gravataí, no começo da tarde de sexta ela saiu a pé de casa, no Bairro Parque Residencial Conceição, para os 20 minutos de caminhada que estava acostumada até a escola. Mas não chegou lá. Por volta das 17h de sexta, um morador de Alvorada teria encontrado a menina já sem vida e chamou a Brigada Militar.
A polícia ainda não tem suspeitos. Nas redes sociais, depois do crime, circularam boatos de que um maníaco, na véspera, havia espreitado  mulheres próximo ao Centro de Gravataí. Mas os investigadores da Delegacia de Homicídios de Alvorada não acreditam nessa hipótese.
- As características são de um ataque direcionado a ela. Pode ser alguém que a conhecia ou que a marcou para ser atacada - aponta o chefe de investigação, Felintho Souza Santos.
A intenção da polícia é refazer os últimos passos da menina que, provavelmente, foi arrebatada na área central de Gravataí, levada para o descampado e morta lá. A intenção é conseguir determinar o ponto exato onde ela foi pega para começar a identificar algum suspeito. As primeiras informações apuradas pela polícia dão conta de um Uno estacionando no local onde o corpo foi achado, mas ainda não foram localizadas testemunhas que confirmem isso.
- Nos próximos dias, vamos investigar o computador da menina e ouvir amigos próximos. Muitas vezes, esse tipo de crime deixa rastros imperceptíveis aos pais - diz o policial.
Para Adejalmo, ouvido ontem na delegacia, é improvável que Maria tenha entrado no carro de algum estranho.
- Ou era alguém conhecido por ela, ou a pegaram muito a força, porque a minha filha sempre teve personalidade muito forte. Não se deixaria levar assim, ainda mais no Centro, cheio de gente - diz.

Buscas acabaram em Alvorada

O pai percebeu que algo estava errado por volta das 18h de sexta, quando, como sempre fazia, buscou de carro, a algumas quadras da escola, Maria, a filha mais velha e a esposa. A menina não estava lá.
- Estranhei e perguntei para a minha mulher. Ela achou que a Maria já estava em casa, mas eu sabia que não - lembra.
Começava então a peregrinação do pai, ajudado, depois, pelo filho. No intervalo de duas horas, Adejalmo percorreu a escola, a casa de uma amiga e a delegacia, no Centro de Gravataí. E nada. Apenas a confirmação, pelos professores, de que Maria não havia aparecido naquela tarde.
- Foi quando meu filho sugeriu que a gente fosse até Alvorada, vai que ela estivesse perdida. Parecia um pressentimento - conta, sem conter as lágrimas.
Na Delegacia de Homicídios, foram apresentadas as fotos da menina, sem documentos, encontrada morta. Era Maria, mas Adejalmo relutava em acreditar. Fez questão de ir pessoalmente ao DML e confirmar.
- Se não é pela fé, eu acho que não estaria me segurando. A Maria teve uma missão aqui, tenho certeza - desabafa.
Na delegacia, Adejalmo não cobrava por justiça ou vingança. Esperava por conforto. Se não a ele, a outros pais que sofram com a mesma situação.

Escola fechou em luto

O clima de tristeza em Gravataí continuou na manhã de ontem. A escola permaneceu fechada. Um recado, pichado à porta, avisava que estavam em luto. No sábado, amigos lotaram o sepultamento da menina. E a trilha sonora, bem ao gosto da adolescente, era dos Beatles.
- A Maria adorava música, estava sempre de bem com todo mundo. Sonhava em ser fotógrafa - lembra o pai.
A polícia deve, agora, procurar pelos amigos da escola, do teatro e do grupo de jovens da igreja que ela frequentava.


QUADRO:
Para ajudar
Se você tiver alguma informação sobre o crime, ligue para o 3443-7560, na Delegacia de Homicídios de Alvorada.

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