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Bernardo pedia socorro e sofria ameaças da madrasta; ouça

Durante a discussão com o menino, Graciele desafia: "Tu não sabe do que eu sou capaz"

27/08/2014 - 13h56min

Atualizada em: 27/08/2014 - 13h56min


Reprodução / Reprodução
Bernardo foi assassinado em abril deste ano em Frederico Westphalen, no noroeste do Rio Grande do Sul

É com um longo pedido de socorro de Bernardo que começa um trecho de um dos vídeos recuperados do celular de Leandro Boldrini, pai do garoto de 11 anos assassinado em abril deste ano, em Frederico Westphalen, noroeste do Rio Grande do Sul.

"Socorro", grita o menino cinco vezes seguidas. Na sequência, desenrola-se mais uma das tantas brigas entre a madrasta, Graciele Ugulini, e o menino, em agosto de 2013, na casa da família, em Três Passos. A discussão é presenciada por Leandro.

Ouça trecho da conversa gravada no celular de Leandro Boldrini:



Veja a transcrição do áudio de um dos vídeos:

Graciele: [...] vai lá pedir socorro, vai lá.
Bernardo: Vão vocês!
Leandro: Quem que começou a bagunça?
Bernardo: Vocês me agrediram, tu me agrediu.
Graciele: E vou agredir mais. A próxima vez que tu abrir a boca para falar de mim, eu vou agredir mais.
Leandro: Xingando ela. Ninguém merece ser xingado, né, rapaz.
Graciele: Eu vou agredir mais, eu não fiz nada em ti.
Bernardo: Fez sim. Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia do que ficar vivendo nesta casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: [...] queria que tu morresse.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz. Vamos ver quem tem mais força. Aí nós vamos ver quem tem mais força. Ahhh, nós vamos ver quem tem mais força.
Bernardo: Quando tu morrer.
Graciele: É, então nós vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro.
Bernardo: Tu. Tu vai.
Graciele: Então tá, se tu tá dizendo.
Bernardo: Tu vai.

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Boldrini apagou o vídeo do celular após o assassinato de Bernardo, mas técnicos do IGP conseguiram recuperá-lo. As imagens foram exaustivamente examinadas durante a audiência realizada na terça-feira, em Três Passos, e causaram "grande impacto", de acordo com a delegada Caroline Bamberg.

Caroline explicou que os vídeos foram gravados por Graciele com o intuito de demonstrar o comportamento agressivo de Bernardo em um possível processo. Porém, neste primeiro áudio, na briga, ela perdeu o controle e disparou agressões e ameaças. Bernardo berrou e clamou por socorro diversas vezes, até que a Brigada Militar foi à residência. O menino ainda foi ironizado pela madrasta, que o chamou de "cagão", e ficou grogue após receber medicamentos do pai.

O advogado de Boldrini, Jader Marques, reconhece que os vídeos são impactantes e explicitam o péssimo relacionamento entre seu cliente e o filho. Mas, segundo ele, não são suficientes para vinculá-lo ao crime.

Veja como teria ocorrido o crime:


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