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Crime sem solução

BM encerra inquérito sobre viaturas incendiadas sem apontar culpados

No final de fevereiro, 10 picapes Nissan Frontier, zero-quilômetro, foram queimadas dentro do pátio da Academia de Polícia Militar. Investigação identificou indícios de crime, mas ninguém será responsabilizado

27/08/2014 - 21h07min

Atualizada em: 27/08/2014 - 21h07min


Carlos Ismael Moreira
Carlos Ismael Moreira
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Veja a localização da Academia de Polícia:

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Veículos novos que foram incendiados seriam usados para patrulhar fronteira com o Uruguai e a Argentina

A Brigada Militar concluiu o inquérito policial militar (IPM) que investigava o incêndio de 10 viaturas da corporação, no início do ano, na zona sul de Porto Alegre. Passados seis meses de apuração, foram identificados indícios de crime pelo qual, no entanto, ninguém será responsabilizado.

O atentado ocorreu no dia 24 de fevereiro, no pátio da Academia de Polícia Militar, na Rua Coronel Aparício Borges, bairro Glória. O fogo atingiu 10 picapes Nissan Frontier, zero-quilômetro, que seriam designadas para patrulhamento na fronteira com Uruguai e Argentina. Dos veículos queimados, seis tiveram perda total, e o restante sofreu danos.

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A Corregedoria entregou nesta quarta-feira o IPM ao comando da Brigada, informando que o fogo teria sido causado por fatores externos, o que elimina a possibilidade de que as chamas tenham sido provocadas por uma pane elétrica, por exemplo. O documento, contudo, não traz identificação de possíveis culpados.

A hipótese de incêndio acidental já havia sido descartada em maio. Após analisarem o local em que as viaturas estavam, peritos concluíram que o fogo não foi causado por um artefato lançado desde a rua (um coquetel molotov, por exemplo). Ele irrompeu dentro do veículo - ou foi ateado. Provavelmente teria começado na parte dos bancos, no estofamento, e dali se propagou. Havia a probabilidade de que alguém tivesse aberto a porta de uma picape e colocado fogo, já que os vidros do veículo-foco (onde o fogo começou) estavam abertos.

Essas conclusões reforçavam os indícios de que o incendiário seria alguém com acesso interno à Academia - da própria BM ou de fora. A Academia é vulnerável por se tratar de terreno cheio de árvores, com muros não muito altos, o que pode facilitar invasões, embora os investigadores considerassem a possibilidade improvável.

Em maio, a cúpula da BM dava como certo algum indiciamento, mesmo sem a identificação de autoria, nem que fosse por negligência. Nesta quarta-feira, o comando-geral da corporação não quis se manifestar sobre o caso. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública informou que o órgão também não irá se pronunciar.

Relembre o caso com galeria de fotos:

 


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