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Sequestro de gerente de banco

"Eles atiraram para nos executar", diz PM que matou sequestrador

Policial narrou perseguição na Região Metropolitana que terminou com a morte de um criminoso, que sequestrou o marido de uma gerente de banco

07/08/2014 - 16h45min

Atualizada em: 07/08/2014 - 16h45min


Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Segundo um dos PMs que estava no veículo, não houve outra alternativa a não ser disparar para matá-los

Os dois criminosos que sequestraram nesta quinta-feira o marido de uma gerente de banco em Gravataí, na Região Metropolitana, tentaram matar os policiais que o perseguiram por mais de três quilômetros pelas ruas do centro da cidade. Na contramão, em cima de calçadas e expondo diversos pedestres ao risco de atropelamento, os assaltantes atiraram na viatura da Brigada Militar antes de serem atingidos.

Segundo um dos PMs que estava no veículo - que pediu para não ser identificado -, não houve outra alternativa a não ser disparar para matá-los, já que não havia a intenção da dupla de se render. Um dos suspeitos morreu baleado na cabeça, e o outro foi encaminhado em estado grave ao hospital. O PM concedeu entrevista a Zero Hora e narrou os momentos de tensão da perseguição. Confira os principais trechos:

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De que forma teve início a perseguição?
Fomos comunicados que os assaltantes levaram o dinheiro do banco em Sapucaia do Sul e tinham deixado refém em Gravataí. Como estamos lotados na cidade, nos avisaram de que deveríamos seguir o Corolla (veículo usado pela dupla na fuga). Enquanto isso, toda a região foi alertada e ficou de prontidão. Todas as saídas para as estradas foram trancadas. Eles tentaram escapar pela área rural, mas como ficaram cercados, foram em direção ao centro de Gravataí.

Durante o trajeto, houve troca de tiros?
Eles atiraram para nos executar, várias vezes. Enquanto um dirigia, o outro trocava tiros. Quando chegaram no Centro, subiram nas calçadas, andaram na contramão, quase atropelaram as pessoas, uma senhora se atirou no chão para não morrer.

Vocês foram atingidos?
Não. Fizemos vários disparos, até que o carro parou. Quando chegamos perto, um dos bandidos estava morto com um tiro na cabeça, e o outro também levou disparo na cabeça e no tórax e estava muito mal. Não havia banco traseiro no carro, eles retiraram para alguma finalidade que ainda não sabemos qual é.

Veja como ficou o Corolla após o tiroteio em Gravataí:
 

Sequestro por R$ 200 mil

No começo da manhã desta quinta-feira, o marido da gerente do Santander do centro de Sapucaia do Sul foi sequestrado na cidade e passou a circular com dois bandidos em um Focus prata. Em ligação telefônica com a mulher da vítima, os criminosos exigiram que ela sacasse uma quantia em dinheiro para o resgate.

A mulher retirou R$ 200 mil no banco e, no limite entre Cachoeirinha e Gravataí da ERS-118, entregou o valor a dois homens que estavam em um Corolla preto. O marido foi solto próximo ao posto do Comando Rodoviário da Brigada Militar de Gravataí e encaminhado à delegacia para prestar depoimento. Os bandidos fugiram e um deles acabou morto na perseguição.

Acionada pelos policiais de Sapucaia do Sul, a Brigada Militar de Gravataí se deparou, na ERS-020, com um veículo com as mesmas características do utilizado no crime e passou a acompanhá-lo. Do Corolla, os bandidos jogaram miguelitos na tentativa de furar o pneu da viatura.

Em troca de tiros na Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira - via próxima ao centro que liga Cachoeirinha a Gravataí -, um criminoso foi morto e outro ficou ferido. Sob custódia, o homem foi encaminhado para atendimento no Hospital Dom João Becker.

Dentro do Corolla, foram apreendidas duas armas, munição e uma caixa de miguelitos. Segundo a Brigada Militar, o valor sacado pela gerente não foi localizado - a polícia acredita que os R$ 200 mil estão com os integrantes do Focus, que conseguiram fugir. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) foi acionado ainda no início da manhã, quando a gerente entrou na agência bancária para sacar o dinheiro.

- A vítima reconheceu os dois. Mais pessoas participaram da ação, mas ainda não temos o número de envolvidos. Vamos analisar a participação deles em outros ataques a gerentes de bancos e a postos e agências bancárias - disse o titular da Delegacia de Roubos do Deic, Joel Wagner.

Na movimentada avenida, a ação policial chamou a atenção e provocou medo de quem passava pelo local nesta manhã. A funcionária de um estabelecimento da região disse que, quando ouviu o barulho, não achou que se tratassem de tiros.

- Foi muito de repente. Vimos que era tiro quando começou um atrás do outro e, depois, ouvimos a sirene. Em seguida, os policiais começaram a cercar o carro. A rua ficou lotada de gente que foi ver - conta Maguiel Brasil, 39 anos. Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS


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