Operação Ganância
Quadrilha de roubo e extorsão movimentava R$ 500 mil por mês
Polícia Civil prendeu 19 pessoas nesta sexta-feira no Vale do Sinos
Espalhados pelos 14 municípios do Vale do Sinos, bandidos ligados a duas quadrilhas diferentes se envolveram em roubo e furto de pelo menos 120 veículos. Uma investigação de quatro meses da Polícia Civil - com 39 ordens judiciais - culminou com a prisão de 19 pessoas nesta sexta-feira.
Além de perderem seus carros, os proprietários eram extorquidos pelos criminosos com a promessa de devolução do veículo, o que não acontecia na maioria das vezes. Entre o valor dos carros e das extorsões, o bando movimentava cerca de R$ 500 mil por mês.
- Os proprietários dos veículos foram vítimas duas vezes: do furto e da extorsão - comenta o delegado regional do Vale do Sinos, Leonel Carivali.
Havia uma divisão de tarefas entre os 19 ladrões. Quinze deles eram encarregados de roubar ou furtar. Os outros quatro tinham a missão de ligar e negociar com o proprietário o preço do resgate.
- O crime de extorsão ocorre todos os dias no Vale do Sinos, existe a indústria da extorsão. A operação vai frear as ocorrências, mas o principal sucesso será a reação das pessoas de não aceitarem mais a extorsão. Tem de ir na delegacia e registrar a ocorrência - orienta o delegado Mario Souza, titular da 2ª Delegacia da Polícia Civil de São Leopoldo, que coordenou a ação.
As vítimas eram escolhidas a dedo: geralmente, pessoas que precisam do veículo para trabalhar, como taxistas e autoescolas. Carros populares e sem seguro também eram bastante visados.
Vítima chegou a ser extorquida mais de uma vez
Os criminosos tiveram sucesso nas ações devido à colaboração das vítimas. É o que mostram as ocorrências policiais que forneceram as informações para a Operação Ganância, nome dado à ação, que cumpriu 17 mandados de prisão temporária e preventiva em diferentes cidades da região. Também foram apreendidos dinheiro e armas.
- Os proprietários só registraram o caso da polícia depois de serem vítimas pelas segunda vez. Inclusive, temos um caso (que o delegado não revelou o nome) de uma taxista que foi extorquido duas vezes - relata Carivali, ressaltando que um dos objetivos da ação é alertar as pessoas da importância de não negociar com ladrões.
- Muitas vezes, as pessoas não recebem o carro quando pagam e correm risco de morte - acrescenta Souza.