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Em oito horas, dois corpos são encontrados no Guaíba

Polícia investiga casos de corpo encontrado boiando debaixo da ponte e de mala com ossada achada nas margens do Guaíba no intervalo de apenas oito horas. Possível trajetória dos cadáveres é apurada para descobrir quem são as vítimas

19/09/2014 - 18h22min

Atualizada em: 19/09/2014 - 18h22min


Anderson Bandeira / Arquivo Pessoal
Ossada é encontrada em mala boiando no Guaíba

Um pescador, no Bairro Passo Fundo, em Guaíba, foi surpreendido com um achado preso aos galhos na água rasa do Guaíba por volta das 22h da última quinta-feira. Ele encontrou uma mala de rodinhas pesada no local. Quando abriu, se apavorou.  Havia uma ossada humana dentro e, no crânio, de acordo com a polícia, a marca de um assassinato - um furo de bala.

Foi o segundo corpo encontrado nas águas do Guaíba em apenas oito horas. Dois casos misteriosos que, de acordo com a polícia, dificilmente estariam relacionados. O primeiro foi encontrado no final da manhã.

- O corpo encontrado ao meio-dia aparentava estar na água há uns quatro dias _ comenta o delegado Filipe Bringhenti, da 2ª DHPP.

Já a ossada com poucos vestígios de tecido humano, segundo a delegada Sabrina Dóris Teixeira, da DP de Guaíba, não teve o tempo do crime estimado até o momento pelos peritos que foram ao local. Nesta sexta, o IGP coletou materiais de DNA na ossada que poderão estabelecer algum tipo de comparação futura. Já se sabe que era um adulto - sem sexo definido até agora - e que todas as partes do corpo estariam na mala. No entanto, a vítima pode ter sido esquartejada antes de ser deixada no Guaíba.


Para identificar o material pelo DNA, a polícia primeiro precisará apresentar possíveis familiares da vítima. E o desafio agora é descobrir de onde partiu a mala até parar naquela margem. Conforme os bombeiros de Guaíba, acostumados à dinâmica daquele local, há duas hipóteses mais concretas: o Arquipélago ou a Zona Sul da Capital. Há ainda a possibilidade de que tenha sido um corpo abandonado ali depois de ter sido morto em Guaíba.

_ É uma possibilidade mais remota, porque aí provavelmente já teria seguido o curso do Guaíba - estima a delegada.

A intenção dela é trocar informações com as delegacias de homicídios de Porto Alegre em busca de desaparecidos. Na Vila dos Sargentos, Bairro Serraria, Zona Sul da Capital, por exemplo, a 4ª DHPP investiga atualmente denúncias de pelo menos dois homicídios nos últimos meses com corpos desaparecidos da vila.

Segundo os investigadores da especializada que atua na região dominada pela facção dos Bala na Cara, é um hábito dos criminosos locais esquartejar e descartar os corpos no Guaíba para eliminar provas. Pelo menos dois casos semelhantes já foram comprovados neste ano.

Tatuagem pode identificar vítima
O Bairro Arquipélago, a região central da Capital, ou ainda algum dos rios da Região Metropolitana, estão entre as principais origens investigadas pela 2ª DHPP para o cadáver encontrado por volta do meio-dia de quinta, boiando no canal debaixo da ponte do Guaíba. O corpo foi puxado pelos bombeiros até a margem, na Ilha dos Marinheiros. E aí se constatou a gravidade do crime.

O homem foi morto com pelo menos três tiros nas costas e teve as mãos e pés amarrados a um tronco antes de ser jogado no Guaíba. Uma tatuagem com o nome "Jéssica" em um dos braços pode facilitar a identificação no DML.


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