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Caso Bernardo

VÍDEO: detector aponta que Evandro pode ter mentido sobre morte de Bernardo

Preso sob acusação de ter participado da morte do menino em abril, Evandro Wirganovicz nega envolvimento no crime, mas aparelho mostra possibilidade de mentira

12/09/2014 - 05h02min

Atualizada em: 15/03/2019 - 15h22min


Fábio Pelinson / Jornal O Alto Uruguai
Evandro foi preso em abril em Frederico Westphalen e acabou denunciado pelo MP por homicídio qualificado

Aplicado pela Polícia Civil em Evandro Wirganovicz no dia 21 de maio deste ano, o Analisador de Voz Multicamadas (AVM), conhecido popularmente como teste detector de mentiras, apontou que o irmão de Edelvânia, preso sob acusação de ter ajudado a matar o menino Bernardo Uglione Boldrini, pode ter mentido quando disse que não se envolveu no crime. Ele está recolhido ao presídio de Três Passos e responde, junto com Edelvânia, Graciele Ugulini (madrasta) e Leandro Boldrini (pai), por homicídio qualificado.

Em três partes da entrevista, Evandro mostrou-se estressado, desconfortável e indicou possibilidade de mentir quando questionado sobre o planejamento do assassinato de Bernardo, os responsáveis por abrir a cova que enterrou o menino em Frederico Westphalen e se ele soube antes do dia 4 de abril que o garoto seria morto.

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Veja a seguir o que ele disse e as conclusões feitas pela polícia após analisar itens como oscilações emocionais, estresse, tensão, excitação, exagero, desconforto e conflito cognitivo do réu.

VÍDEO 1: planejamento do crime

Evandro: "Eu acho que foi a ilusão do dinheiro. Ela (Edelvânia) é uma pessoa de bem, sempre ajudava os outros e, de repente, foi cair numa barbaridade dessas. Foi feita a cabeça dela, né."
Laudo: sobre se sabia do planejamento do crime, há desconforto por parte do entrevistado e segmentos de fala inconclusivos.

VÍDEO 2: quem cavou o buraco?

Evandro: "Não sei, doutor. Pelo que consta nas notícias, foi a minha irmã que cavou."
Laudo: de acordo com a análise do programa, Evandro obteve altos níveis de estresse quando questionado acerca do buraco que foi cavado. Isto evidencia que este assunto é um problema para ele. Nos segmentos pontuais da fala, Evandro sente-se desconfortável quando afirma não ter cavado o buraco e que teria sido sua irmã.

VÍDEO 3: sabia que alguém seria morto?

Evandro: "Não senhor. (...) Não tenho participação nenhuma. Meu único erro foi no dia que fui dar depoimento, ter dito que não estava pescando lá, e eu estava com medo, depois que fiquei sabendo da notícia, de ser preso."
Laudo: de acordo com a análise do programa, Evandro sente-se constrangido com a pergunta. Há imprecisão com indicação de risco de mentira na resposta. Evandro fala a verdade que ficou com medo de ser preso e por isso mentiu no depoimento à polícia. Há indicação de risco de mentira de fala em que Evandro diz não ter nenhuma participação no crime.

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Evandro não negou crime à mulher

Evandro Wirganovicz no crime à esposa, conforme documento obtido por ZH. A delegada Carolina Bamberg, que conduziu as investigações do assassinato, disse à Justiça que a mulher do réu suspeitou e o confrontou após o corpo do menino ser achado, em 14 de abril, e ouviu o seguinte:

"Ela disse que também suspeitou dele quando ficou sabendo dos fatos. Confrontou ele e ele somente chorou, ele não falou nada, não falou que não, somente chorou", relatou Caroline Bamberg.

Segundo o advogado dele, Hélio Sauer, a mulher de Evandro foi inquirida sem defensor e prestará novos esclarecimentos no dia 18 de setembro:

- Ele chorou de raiva (de Edelvânia) de colocar ele no crime. Ela (esposa) vai esclarecer isso, já que falou sem a presença de advogado e foi enrolada. Quanto ao detector de mentiras, é óbvio que ele estava estressado, não tem a mínima importância para incriminá-lo.

Doraci Wirganovicz falou à Justiça na terça / Crédito: Marcelo Oliveira

Mãe diz que Evandro é inocente

Na última terça-feira, em depoimento à Justiça em Rodeio Bonito, Doraci Terezinha Wirganovicz, mãe dos irmãos presos, sustentou que o filho é inocente e que Edelvânia tinha condições de abrir uma cova, já que "trabalha com tudo, fazia buraco, cerca, ajuda a família em casa".

Doraci confirmou que Edelvânia chegou à casa dela, nas proximidades do local da cova, com uma pá e uma cavadeira, na semana em que menino foi encontrado morto. O motivo era "abrir o terreno e encanar água". Porém, Doraci falou ter sentido "uma dor no peito" ao ver as ferramentas:

- Não perguntei nada a ela, a família é inocente, ninguém sabia de nada. Foi aquela mulher (a madrasta, Graciele Ugulini) que botou coisa na cabeça dela.  Ele (Evandro) demorou no rio pescando, estava de calçado e calça comprida. Vi ele embalando minhoca. Trouxe uns quantos peixes. O meu filho é inocente, não sabia de nada do que ela estava planejando, eu sou a mãe dele e estou falando a verdade.

O detector de mentiras

O programa AVM 6.50, baseado na tecnologia AVM (Analisador de Voz Multicamadas), de análise profissional de níveis de emoções, é uma ferramenta que detecta os vários níveis ou estados emocionais de uma pessoa.

A tecnologia indica as oscilações emocionais e, em última análise, detecta impressões digitais da atividade cerebral. Ela consegue concluir sobre o indicativo e a probabilidade de a pessoa estar mentindo quando questionada sobre perguntas relevantes em uma investigação policial.

Como teria ocorrido o crime:


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