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Nova perícia

Advogado volta a pedir reabertura do inquérito sobre morte da mãe de Bernardo

Perícia particular que indicou que Odilaine Uglione teria sido assassinada foi protocolada ao processo nesta segunda-feira

20/10/2014 - 20h45min

Atualizada em: 20/10/2014 - 20h45min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Odilaine (à esquerda) ao lado do menino Bernardo e da mãe Jussara Uglione

Com o envio do resultado de uma perícia particular à Justiça nesta segunda-feira, o advogado Marlon Adriano Balbon Taborda pediu novamente a reabertura do inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo Uglione Boldrin, Odilaine Uglione. A conclusão da perícia, solicitada pela família de Odilaine e divulgada no sábado, indica que ela foi assassinada e, portanto, não teria cometido suicídio.

A assessoria do Tribunal de Justiça não confirmou o recebimento do documento, mas disse que pode demorar algumas horas ou até dias para que ele apareça no processo. O TJ informou, ainda, que o pedido deve ser analisado primeiro pelo Ministério Público, e que o parecer da promotoria de Três Passos é que vai ajudar o juiz responsável a decidir pela reabertura ou não do inquérito. Na primeira vez, na metade deste ano, o pedido foi negado.

- Anexei a perícia ao processo. Tecnicamente, não expliquei nada mais de novo, pois considero que o resultado do laudo pericial, que é uma prova nova, fala por si só - argumenta o advogado que representa a família materna de Bernardo.

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Além disso, Taborda pediu à Justiça que seja oficiado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para que reúna todas as perícias realizadas até hoje sobre a morte de Odilaine. Segundo ele, "há indicativo de que tenha sido realizada a perícia residuográfica (que costuma comprovar presença de chumbo nas mãos das pessoas que fizeram uso de arma) no então esposo da vítima, e tal prova pericial, não se sabe o porquê, não consta dos autos, e isto tem que ser melhor averiguado".

O advogado ainda pretende encaminhar o resultado da nova perícia à Chefia da Polícia Civil.

- Se tivesse ocorrido uma investigação mais profunda e acurada lá em 2010, quando a Odilaine foi morta, é bem possível que o Bernardo ainda estivesse vivo, e na presença da avó - defende.

Feita pelo perito Sérgio Saldiaz (da empresa Sewell Perícia Criminal Forense), a análise encomendada pela família aponta que, pelo estudo da trajetória da bala (que entrou pela boca da vítima), o disparo teria sido feito por outra pessoa, que não a vítima.

Contribui também, conforme Taborda, os fatos de não existir pólvora na mão direita de Odilaine, que era destra, e de que havia uma gaze estava sobre o cabo do revólver que disparou, como se alguém quisesse disfarçar impressões digitais.

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Entenda o caso

Odilaine morreu 72 horas antes do momento de assinar o divórcio, em 2010. Ela era casada com o médico Leandro Boldrini, que agora está preso por suspeita de envolvimento na morte do filho, Bernardo. Conforme o acordo que seria assinado, Odilaine deveria receber R$ 1,5 milhão e uma pensão mensal de R$ 10 mil.

A Polícia Civil investigou o caso e concluiu que ela cometeu suicídio, com um tiro na boca, dentro do consultório do marido. Pelo menos cinco pessoas aguardavam consulta quando ouviram um estouro e viram o médico sair correndo da sala. Ele sustenta que a mulher se matou.

Inconformada, a família de Odilaine desconfia que ela foi morta - ou pelo médico Leandro, ou por alguém que entrou no consultório dele. Um dos indícios seriam lesões (arranhões, equimoses) que a mulher apresentava no braço direito.

* Zero Hora


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