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Crime no Cristo Redentor

Em busca de assassino, Polícia Civil examina nove horas de imagens

Vídeos são de câmeras de segurança na entrada do hospital onde César da Fé Bugmaer, o Russo, foi morto no domingo

14/10/2014 - 11h59min

Atualizada em: 14/10/2014 - 11h59min


Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Crime ocorreu na noite de domingo

A Polícia Civil ainda não tem pistas do criminoso que matou a tiros o traficante César da Fé Bugmaer, o Russo, na noite de domingo, dentro do Hospital Cristo Redentor. O homem de 42 anos estava internado por conta de ferimento a bala, sofrido na sexta-feira.

Já foram examinadas nove horas de gravações de duas câmeras de segurança do hospital na busca do atirador pelos agentes da 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (3ª DPHPP).

- No quarto andar, onde aconteceu o crime, não tem câmeras de segurança. As imagens que estávamos examinando são de duas que ficam na entrada do prédio - informou o encarregado do caso, delegado João Paulo de Abreu, titular da 3ª DPHPP.

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No total, o Cristo Redentor tem 19 câmeras espalhadas pelo prédio. As imagens que estão sendo examinadas são de equipamentos instalados nas portas de entrada, por onde passa grande número de pessoas diariamente. Nas imagens, os policiais procuram alguém que se assemelhe com a descrição dada por testemunhas do atirador.

- Estamos ouvindo as pessoas sobre o que aconteceu - comentou Abreu.

Os policiais já ouviram cerca de 30 testemunhas e outras ainda serão chamadas. Além dos depoimentos, a Polícia Civil deverá contar com informações que serão fornecidas pelos técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), responsáveis por vasculhar a cena do crime em busca de pistas.

Guerra entre famílias é a outra ponta da investigação policial

Se de um lado a polícia procura indícios nos vídeos, a outra ponta da apuração do assassinato é a guerra das famílias envolvidas com tráfico de drogas na Capital. Russo era o braço armado dos Bugmaer, que estão envolvidos em disputas por pontos de drogas nas zonas norte e leste de Porto Alegre com os Bala na Cara, organização criminosa que opera com cocaína, contrabando de armas e atua dentro dos presídios gaúchos. Bugmaer também tem um conflito em Torres, onde disputa com um bando local o mercado de entorpecentes do Litoral Norte.

Sobre esse lado da investigação, o delegado não fala. Mas o trabalho já está bem adiantado. Além de informações de outras delegacias para chegar ao mandante do crime, os agentes da 3ª DPHPP contam com a colaboração dos informantes - pessoas que vivem no meio dos criminosos e municiam a polícia com conteúdos das conversas entre os bandidos.

Servidores fazem ato em frente ao hospital nesta terça-feira

A Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição (Acerghc) já tinha uma mobilização convocada para esta semana devido a um impasse não resolvido após greve. Com o crime ocorrido dentro do Hospital Cristo Redentor, o ato, que se estende das 6h às 20h desta terça-feira, ganhou força.

- A falta de segurança é uma das questões que nos afetam. Precisa contratar gente, aumentar o efetivo, qualificar a identificação, ver novas tecnologias. O paciente internado fica indefeso, e a insegurança também desqualifica o serviço - afirma o presidente da Acerghc e funcionário do Cristo Redentor, Valmor Almeida Guedes.

*Zero Hora


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