Polícia



Latrocínio

Morte de PM dentro do ônibus não foi premeditada, diz assaltante confesso

Sem dinheiro, ele e três comparsas decidiram assaltar coletivo, mas se surpreenderam com presença de policial militar

19/10/2014 - 13h37min

Atualizada em: 19/10/2014 - 13h37min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
Enviar E-mail
Eduardo Matos / Radio Gaúcha

Ao contrário do que chegou a ser cogitado pelos colegas de farda do PM Márcio Ricardo Ribeiro, 42 anos, morto dentro de um ônibus no Bairro Hípica, em Porto Alegre, na quinta-feira, o crime não foi uma execução, segundo um dos assaltantes, e, para a polícia, vem se confirmando como latrocínio (roubo com morte). Em depoimento na 6ª Delegacia de Polícia, o jovem de 23 anos que confessou participação no assalto garantiu que a morte do policial militar não foi premeditada. Segundo ele, a escolha do ônibus a ser assaltado foi aleatória.

- Ele alegou que estavam sem dinheiro e resolveram assaltar o ônibus aleatoriamente. Foram surpreendidos porque não esperavam que tivesse um policial dentro do ônibus -disse a delegada Áurea Regina Hoppel, responsável pelas investigações.

>>> Leia outras notícias de Polícia do Diário Gaúcho

Ela afirma ainda que o jovem entregou os outros três comparsas - que têm mandados de prisão temporária decretados e estão foragidos - e elucidou a dinâmica do crime.

- Os atirados entraram no ônibus no terminal do Centro e se posicionaram ao fundo do veículo, cada um em um lado do corredor. Este rapaz que confessou o crime entrou junto com outro comparsa em uma parada de ônibus já na Hípica. Ele e esse comparsa estavam desarmados, mas renderam o motorista e tiraram a chave da ignição do ônibus, enquanto anunciavam o assalto - conta a delegada.

Ainda conforme o depoimento do jovem preso, um dos atiradores fez uma mulher de refém e caminhou com ela em direção ao PM, que estava no fundo do ônibus. 

- O policial só viu ele e os dois que estavam na frente. Não percebeu que havia mais um. E foi este quarto elemento, armado, que, na oportunidade que teve, se aproximou pela lateral e disparou contra o PM. Quando começaram os disparos, os dois que estavam na frente fugiram - ressalta Áurea.

Segundo a polícia, foram feitos mais de dez disparos dentro do coletivo, mas não há indícios de que a vítima tenha conseguido reagir.

- Ao que tudo indica, o PM não teve chance de atirar. Parece que ele apenas apontou a arma, mas não chegou a disparar, porque preservou a vida do refém - explica a delegada.

O carro utilizado para a fuga, um Fiat uno branco, pertencia a um dos atiradores e estava estacionado na rua.

- Não havia ninguém no carro esperando, a ação se deu entre os quatro, dentro do ônibus - esclarece a delegada.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias