Polícia



Tráfico internacional

PF desarticula quadrilha que trazia cocaína de avião para o Estado

A carga era transportada para o Brasil em veículos e abastecia principalmente pontos de venda de droga da zona sul de Porto Alegre.

31/10/2014 - 16h01min

Atualizada em: 31/10/2014 - 16h01min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a Operação Garruchos, que desarticulou uma quadrilha que trazia cocaína de avião da Bolívia para o Brasil e abastecia o Estado. Duas pessoas foram presas, entre elas, o alvo principal da operação: um traficante de 33 anos, de Porto Alegre, considerado pela polícia o chefão do esquema.

A investigação teve início em maio deste ano e identificou que a droga era trazida em aeronaves que cruzavam a Argentina e arremessavam a cocaína em campos localizados próximo à fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Já no Brasil, a carga era transportada  em veículos e abastecia, principalmente, a Zona Sul da Capital. O gaúcho foi preso em Fortaleza.

- Ele estava viajando, e nós estávamos acompanhando. Ele abastecia várias bocas de fumo. Tinha um fornecedor na Bolívia de quem ele comprava a droga para distribuir. Acreditamos que, na melhor das hipóteses, não estava há menos de cinco anos no mercado, a julgar pelos contatos na Bolívia, o acesso à aeronave e toda a estrutura que tinha - revelou o delegado substituto da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, Roger Soares Cardoso, responsável pela operação. 

Comparsa recebe nova ordem de prisão, dentro do Central

O outro preso na Operação Garruchos já estava no Presídio Central desde junho, quando um carregamento foi interceptado na BR 290, em Eldorado do Sul. Na ocasião, foram apreendidos 140kg de cocaína transportados na caçamba de um veículo. Foi a maior apreensão da droga pela PF no Rio Grande do Sul em 2014.

A cocaína estava embalada e dividida em cinco fardos que haviam sido arremessados de um avião. O homem, de 34 anos, conduzia o automóvel foi preso em flagrante. Agora, recebeu, dentro da penitenciária, uma nova ordem de prisão.

- Ele tinha sido preso pelo transporte da droga, mas, agora, vai responder também por associação ao tráfico de drogas e envolvimento com a quadrilha de tráfico internacional - explicou Roger.

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A Polícia Federal ainda solicitou à Justiça o sequestro de um prédio comercial e quatro casas em Porto Alegre, nos bairros Hípica e Aberta do Morros, e de um sítio em Viamão, todos de propriedade do chefão do esquema, segundo a polícia. Conforme o delegado, o fornecedor boliviano já está identificado, mas nem ele nem as aeronaves utilizadas foram localizados até o momento.

Polícia não acredita em ligação com facções criminosas da Capital

Conforme o delegado Roger Cardoso, embora o foco da distribuição da droga fosse a Zona Sul, a polícia não descarta que outros pontos da cidade fossem abastecidos pela cocaína vinda da Bolívia, mas não acredita que o esquema tivesse ligação com facções criminosas da Capital.

- É muita droga, e com certeza não é só pra uma ou duas bocas de fumo. Esses 140kg seriam transformados em, pelo menos, três ou quatro vezes esse peso, com tudo que misturam nela até chegar aos consumidores. É droga que daria para abastecer "meio mundo". Mas não temos informações de que tenham ligação com estas facções. Pode acontecer de venderem para um cara dessas quadrilhas, mas nessa investigação não tem nada concreto que aponte isso - garantiu o delegado.

Com a prisão do distribuidor, a PF dá por concluída a operação, mas não descarta que, até o envio do inquérito à Justiça, o que deverá acontecer em até 30 dias, novos envolvidos apareçam.

- É uma quadrilha muito profissional nas comunicações, no jeito de falar um com o outro, o que dificultava bastante a nossa investigação. Talvez a gente pudesse chegar a mais pessoas envolvidas, mas eles eram muito cuidados, acima do normal. Pode acontecer de ainda chegarmos a mais alguém, mas nosso alvo principal era o chefe da quadrilha, preso hoje (sexta-feira) - conclui. 


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