Geral e Polícia



Na Justiça Militar Federal

Defesa sustenta que disparo que matou soldado no quartel foi acidental

Raziel dos Santos, 18 anos, atirou contra Roger Lazaretti Rodrigues no dia 6 deste mês

18/11/2014 - 16h23min

Atualizada em: 18/11/2014 - 16h23min


Ronald Mendes / RBS

Para a defesa de Raziel dos Santos, 18 anos, que matou o soldado Roger Lazaretti Rodrigues, da mesma idade, no dia 6 deste mês, dentro do Regimento Mallet, em Santa Maria, o disparo foi um acidente. Ambos cumpriam serviço militar obrigatório no quartel desde março deste ano.

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Santos foi preso em flagrante logo após o fato e encaminhado a uma unidade do Exército. Nesta terça-feira, o juiz auditor Celso Celidonio, da 3ª Auditoria Militar Federal, decretou a prisão preventiva dele. O magistrado aceitou denúncia do Ministério Público Militar contra o autor do disparo por homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado. Com isso, ele passou a ser réu em processo criminal.
 
Santos é defendido por advogado da Defensoria Pública da União, que já encaminhou pedido de liberdade provisória à Justiça Militar Federal em Santa Maria. A solicitação será analisada no dia 15 de dezembro, quando ocorrerá a primeira audiência do caso. Neste mesmo dia, o réu será interrogado.

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Entre esta terça e a quarta-feira, o defensor público federal José Luiz Kaltbach Lemos encaminhará pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal Militar para que Santos responda ao processo em liberdade:

_ Foi um infeliz acidente. O Ministério Público está cumprindo a obrigação dele em fazer a denúncia nos termos em que ela foi feita. Vou entrar com o habeas corpus porque não entendo que exista nenhuma razão para o rapaz responder a esse processo preso. Ele não oferece perigo para ninguém. A tese da defesa e a tese da acusação serão esclarecidas durante o processo.

Caso o pedido do defensor público seja aceito pela Justiça, a liberdade pode se dar de duas formas: ou o réu fica totalmente livre para fazer as suas atividades e ir para a casa normalmente ou o réu trabalha durante o dia e passa a noite em uma cela em uma unidade militar.

Segundo o defensor, em uma longa conversa no último sábado, Santos relatou o que teria ocorrido naquele dia. Disse ao defensor que "era amigo da vítima e que, em nenhum momento, teve a intenção alguma de ferir, muito menos de matar o outro rapaz." A defesa se baseia nos relatos de Santos e nos depoimentos prestados pelas testemunhas do fato ao Exército.

_ Conversei com ele longamente, e o relato dele confere com o relato das testemunhas no sentido de que nada leva a crer que tenha havido nem a mais tênue intenção da parte dele de que aquilo ocorresse. Jamais ele teria pensado em dar o tiro, seja por causa de um cigarro, seja por outro motivo qualquer. Ele se reporta a uma espécie de ato falho na questão do tiro, que começou como uma brincadeira e aquilo fugiu do controle. Da parte dele, foi um acidente _ diz o defensor.


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