Geral e Polícia



Operação Top Model

Jovens que sonhavam ser modelos seriam alvo de crimes sexuais

Quatro pessoas foram presas suspeitas de exploração sexual em Santa Maria e São Pedro do Sul

28/11/2014 - 19h26min

Atualizada em: 28/11/2014 - 19h26min


Fernando Ramos / Agencia RBS
Agência funcionava em um prédio em Camobi

Uma investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) apontou que uma agência de modelos de Santa Maria estaria sendo usada como fachada para a prática de crimes sexuais desde 2011. A investigação, que começou em março, teve seu desfecho na sexta-feira com a Operação Top Model, que prendeu quatro pessoas.

Em Santa Maria, foram presos um homem de 48 anos, que era dono da agência, e um modelo de 24, que aparecia nos vídeos de pornografia com adolescentes. Em São Pedro do Sul, foi presa uma mulher de 23 anos, que seria o braço direito do dono da GL Models. O quarto preso é um professor de 36 anos, de Rio Grande, que teria pago para manter relações sexuais com uma adolescente. Todos foram encaminhados para a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Eles são suspeitos de crimes como exploração sexual, pedofilia, tráfico interno de pessoas e extorsão. O advogado do dono da GL Models, Ricardo Silveira, disse que ainda não teve acesso ao processo e, por isso, prefere não se manifestar sobre o caso.

Segundo a delegada Carla Dolores Castro de Almeida, titular da DPCA, na sede da empresa, que funcionava em Camobi, foram apreendidos computadores com grande quantidade de materiais como fotografias e vídeos pornográficos com as adolescentes.

- Era uma agência de fachada para a prática de todo tipo de delito contra a dignidade sexual. Com o pretexto de que as vítimas deveriam conseguir fama a qualquer custo, elas eram induzidas a tirar fotos nuas, em poses pornográficas, e a gravar vídeos de pornografia - afirma a delegada.

Das cerca de 20 vítimas já identificadas pela Polícia Civil, a maioria é composta por meninas que têm entre 15 e 17 anos e que moram em São Pedro do Sul. Apenas dois rapazes faziam parte do casting (elenco de modelos).

Segundo a delegada, as vítimas eram procuradas pelo Facebook e, em alguns casos, eram convidadas por outros modelos da agência. Até um perfil falso de uma modelo internacional, que teria despontado a partir da GL Models, teria sido criado para impressionar as vítimas.

A polícia diz que há indícios de que as imagens das jovens alimentavam sites de pedofilia, mas, para isso ser comprovado, é aguardado o resultado da perícia. Nos computadores do dono da empresa, foram encontradas imagens de pedofilia, algumas da década de 70. Alguns vídeos eram de países como Estados Unidos e Tailândia.


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