Descontrole na cadeia
Secretário garante que novos presídios não terão cantinas
A venda de produtos dentro do Presídio Central é considerada uma das fontes de lucro das facções criminosas. Secretário Airton Michels diz que o problema será solucionado com novas cadeias
Em entrevista ao Diário Gaúcho na tarde desta terça, o secretário estadual da Segurança Pública, Airton Michels, garantiu que as novas unidades prisionais em Canoas, Montenegro e Charqueadas, para onde devem ser transferidos em breve os detentos do Presídio Central, não terão cantinas. Nem espaço para a criação delas.
- Não serão presídios superlotados. Então, o Estado terá todas as condições de geri-lo por completo, como determina a legislação. No Presídio Central, seria impossível acabar com a cantina de uma hora para a outra - afirma.
Como as facções se organizam e o poder paralelo dentro do Presídio Central
No Presídio Central, assim como em outras cadeias do Estado, o governo aluga um espaço para empresários instalarem cantinas (espécies de armazém) com produtos diversos que vão desde a higiene à alimentação dos presos. O aluguel da cantina no Presídio Central chega a R$ 40 mil mensais.
- É uma ação lícita, e foi a solução encontrada para impedir a corrupção que acontecia há muito tempo na venda dos produtos dentro das cadeias - explica Michels.
O problema começa depois da porta da cantina. As compras são feitas sempre por representantes de facções, que criam seus próprios mercados, com os produtos sobretaxados, dentro das galerias. E com isso aumentam seus lucros e a dominação sobre os presos.
Na segunda-feira, o Diário Gaúcho divulgou a farra da cocaína promovida em uma das galerias do Presídio Central. O tráfico é outra forma de sustentação das organizações criminosas.
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