Polícia



Descontrole na cadeia

Secretário garante que novos presídios não terão cantinas

A venda de produtos dentro do Presídio Central é considerada uma das fontes de lucro das facções criminosas. Secretário Airton Michels diz que o problema será solucionado com novas cadeias

30/12/2014 - 15h21min

Atualizada em: 30/12/2014 - 15h21min


Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Cantina vira fonte de lucro para facções no Presídio Central

Em entrevista ao Diário Gaúcho na tarde desta terça, o secretário estadual da Segurança Pública, Airton Michels, garantiu que as novas unidades prisionais em Canoas, Montenegro e Charqueadas, para onde devem ser transferidos em breve os detentos do Presídio Central, não terão cantinas. Nem espaço para a criação delas.

- Não serão presídios superlotados. Então, o Estado terá todas as condições de geri-lo por completo, como determina a legislação. No Presídio Central, seria impossível acabar com a cantina de uma hora para a outra - afirma.

Como as facções se organizam e o poder paralelo dentro do Presídio Central

No Presídio Central, assim como em outras cadeias do Estado, o governo aluga um espaço para empresários instalarem cantinas (espécies de armazém) com produtos diversos que vão desde a higiene à alimentação dos presos. O aluguel da cantina no Presídio Central chega a R$ 40 mil mensais.

- É uma ação lícita, e foi a solução encontrada para impedir a corrupção que acontecia há muito tempo na venda dos produtos dentro das cadeias - explica Michels. 

O problema começa depois da porta da cantina. As compras são feitas sempre por representantes de facções, que criam seus próprios mercados, com os produtos sobretaxados, dentro das galerias. E com isso aumentam seus lucros e a dominação sobre os presos.

Na segunda-feira, o Diário Gaúcho divulgou a farra da cocaína promovida em uma das galerias do Presídio Central. O tráfico é outra forma de sustentação das organizações criminosas.

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