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Reconstituição

Polícia testa contradições sobre morte de surfista em simulação na Guarda do Embaú

Soldado, mãe e avô da vítima foram convocados pela Polícia Civil.

26/01/2015 - 19h55min

Atualizada em: 26/01/2015 - 19h55min


Charles Guerra / Agencia RBS
Marcas de tiro no carro de soldado: polícia tem dúvidas sobre versões.

Da cena do carro do policial militar Luís Paulo Mota Brentano parado na frente da casa do avô do surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, ao conflito de versões sobre os tiros disparados pelo soldado.

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As hipóteses e contradições de depoimentos serão simuladas nesta terça-feira, às 14h, na Guarda do Embaú, em Palhoça, na Grande Florianópolis.

O policial, o avô e a mãe do surfista foram convocados pela Polícia Civil para participar da reconstituição da morte, uma simulação que costuma ser realizada quando há dúvidas na investigação. A polícia informou que há preocupação com a segurança e incidentes no local, por isso haverá reforço de policiamento no isolamento da região pela Polícia Militar.

O soldado deverá ser trazido do 8º Batalhão da PM, em Joinville, onde está preso. Em nota divulgada neste domingo por um advogado, ele voltou a alegar que atirou em legítima defesa própria e do irmão, que também estava no carro.

A simulação do assassinato será coordenada pelo delegado que preside o inquérito, Marcelo Arruda, da Delegacia de Palhoça, e tem previsão para durar toda a tarde. A intenção é esclarecer contradições que cercam alguns depoimentos e, principalmente, se a versão de legítima defesa apresentada pelo soldado irá se sustentar mesmo após o laudo cadavérico ter demonstrado que um dos dois tiros foram disparados pelas costas.

Familiares de Ricardinho afirmaram em depoimento que o soldado atirou injustificadamente em Ricardinho após o pedido para que o militar retirasse o carro do local em que parou e em que os moradores consertavam um cano.

O soldado, por sua vez, declarou à polícia que disparou para se defender de pessoas que teriam partido para cima dele, sendo que uma delas portava um facão - até agora a polícia não localizou nenhum facão.

Peritos produzirão documento

Ao menos três peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) e o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Rodinei Cassio Bricki Tenório, irão participar dos trabalhos na Guardo do Embaú. Segundo o diretor-geral do IGP, Miguel Acir Colzani, o diretor do IML será um consultor importante para a polícia na simulação.

- Há duas versões conflitantes, por isso a perícia criminal busca verificar se essas versões tem consistência com o que consta nos exames e o que dizem as declarações nos depoimentos - afirma o diretor-geral.

Para Colzani, o importante numa encenação dessa natureza é não ter pressa para testar as versões e rechear o trabalho com imagens e fotografias. Após o procedimento, completou o diretor-geral, os peritos produzirão novo documento sobre o que for apresentado e o encaminharão à Polícia Civil.

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