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Violência na escola

"Ela me ameaçou de morte", diz professora agredida por mãe de aluno

Educadora foi arrastada pelos cabelos dentro de escola de Canoas

25/03/2015 - 12h44min

Atualizada em: 25/03/2015 - 12h44min


Julia Finamor / Agência RBS
Cartaz contra a violência foi fixado na porta da escola de Canoas

A professora agredida pela mãe de um aluno do 6º ano do Ensino Fundamental no último dia 4 de março, na Escola Municipal Irmão Pedro, em Canoas, afirma que foi ameaçada de morte. A docente de 29 anos, que prefere não ser identificada, relatou o caso em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira. As informações são da Rádio Gaúcha e do G1 RS.

- Ela ameaçou com uma tesoura a orientadora e a diretora da escola e disse que, se eu chamasse a polícia, seria uma mulher morta - contou a professora.

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O fato ocorreu no dia 4 de março, mas só foi divulgado na última terça-feira. Segundo a prefeitura de Canoas, o estudante chegou à aula com mais de 30 minutos de atraso e, por isso, foi orientado pela professora a ir até a direção e pedir uma autorização. O menino voltou com a mãe, que, apesar de estar com o documento solicitado, agrediu a professora.

- Ela veio me chamando de pirralha, me ofendendo, gritando. Eu disse para ela ir à direção, porque eu não iria conversar naquele nível, mas ela meteu o pé na porta e entrou na sala de aula. Quando eu virei as minhas costas para chamar a direção, ela me puxou pelos cabelos e me arrastou pelo pátio da escola na frente dos meus alunos e colegas. O próprio filho dela gritava para que ela me soltasse.

A professora explicou que foi acertado entre todo o corpo docente da escola que os alunos atrasados por mais de 30 minutos precisavam de uma autorização da direção para entrar. Como a criança estava chorando, partiu da própria direção a ideia de que a mãe a acompanhasse até a sala.

- Sem imaginar que ela iria me agredir - pondera.

Apesar das agressões, a professora afirmou que os danos psicológicos foram piores  do que os físicos. Ela ficou de licença até o dia 9, segunda-feira da semana seguinte, quando começou a lecionar em outra instituição municipal.

- Fui até a secretaria. Aconselharam-me a mudar de escola e eu acho que sim, era importante, porque a mãe me ameaçou de morte.

Ela também afirmou que não vai desistir da profissão.

- Eu não escolhi a profissão de professora porque não tinha outra opção, escolhi porque é o meu objetivo de vida. E vendo todo o apoio dos alunos, das pessoas, eu vejo que vale a pena continuar na minha profissão - completou.

Em nota, a prefeitura de Canoas alegou que prestou todo o atendimento à família do aluno e à professora. Segundo a professora, ela irá registrar a ocorrência na Polícia Civil, que, a partir daí, irá remeter um termo circunstanciado ao Poder Judiciário.

Ouça o relato:


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