Embora a polícia ainda aguarde o exame toxicológico para concluir a investigação sobre a morte de seis pessoas em Cordilheira Alta em fevereiro, já é possível confirmar a hipótese inicial: de que o funcionário público Alcir Pederssetti, de 42 anos, matou a família a tiros e depois se suicidou. O crime chocou a pequena cidade de 4 mil habitantes no Oeste catarinense, que até então nunca havia registrado um único assassinato de algum morador da cidade.

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A tragédia aconteceu na madrugada do dia 25 de fevereiro e foi descoberta na manhã seguinte pela faxineira da casa. Segundo a PM, a mulher teria chegado no local por volta das 7h30min e encontrado dois corpos - de Alcir e da filha de 16 anos, Lana Eduarda Moresco Pedersseti - na  sala da residência. Em pânico, correu até um posto de saúde próximo e a polícia foi acionada.
 
As demais vítimas são a esposa Monica Moresco Pedersseti (36 anos), a cunhada Lucimar Aparecida Moresco (36 anos), o sogro Antônio Moresco (68) e a sogra Luiza Moresco (65). Todos moravam juntos na mesma residência e foram velados no Centro Comunitário do distrito de Fernando Machado, a poucos metros da casa onde viviam.

Nesta segunda-feira, o Instituto Geral de Perícias (IGP) de Chapecó enviou os laudos restantes à Delegacia de Polícia de Cordilheira Alta. Responsável pela investigação, o agente de Polícia Civil, Pompílio Claro da Costa, afirma que os laudos de exame dos corpos, das balas e do local do crime são conclusivos sobre a hipótese do crime.

Alcir teria atirado nos familiares e, na sequência, se matou. Pela perícia, não é possível precisar a ordem em que cada membro da família foi morto, mas Costa acredita que a ordem lógica tenha sido primeiro a esposa; na sequência, a sogra e o sogro; por último, a filha. 

- O que interessa para nós é que não resta dúvidas. O laudo é bastante conclusivo de que ele foi o autor dos homicídios - diz.

O inquérito foi encaminhado ao Fórum de Chapecó nesta quarta-feira. Costa avalia que, devido às conclusões da investigação, o caso será arquivado.

O autor dos disparos não tinha passagens pela polícia e era funcionário da prefeitura de Cordilheira Alta. A esposa, Monica, tinha uma loja de confecções na mesma cidade.

O primeiro homicídio de moradores da cidade

O comandante da PM de Cordilheira Alta, Sargento Ângelo Santo Martins, foi a primeira pessoa a entrar na casa após a faxineira e viu, além dos corpos encontrados na sala, os corpos de Monica, de seu pai e sua mãe todos em um quarto; e o corpo da irmã de Monica em outro quarto.

- Foi o primeiro registro de homicídio contra um morador de Cordilheira Alta. Tivemos homicídios na cidade outras vezes, mas casos de pessoas de passagem pela cidade, que se envolviam em brigas, por exemplo, mas nunca contra um morador - informou o Sargento, na época.

Vizinhos relataram ter escutado disparos por volta das 4h30min de quinta-feira, dia 26 de março. A arma do crime era o revólver calibre .38, registrado em nome de Alcir, de acordo com a PM de Cordilheira Alta.