Polícia



Boletim de Ocorrência - Arquivo

Renato Dornelles: O fujão e a panela

25/04/2015 - 07h03min

Atualizada em: 25/04/2015 - 07h03min


Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Ilha do Presídio fica no Guaíba

A história com a qual abro o meu Arquivo B.O. ocorreu na Ilha do Presídio, há quase 60 anos. Antes de mais nada, é preciso situar o leitor acerca do cenário. Geograficamente falando, trata-se de uma pequena e rochosa ilha localizada no meio do Guaíba. Para quem a observa a partir de Porto Alegre, fica na altura da Vila Assunção.
 
Como cárcere, abrigou presos políticos durante a ditadura e, inclusive, recebeu uma visitante que viria ser presidente da República, décadas depois. Mas isso é história para outro dia. A utilização como prisão pela primeira vez deu-se de 1956 a 1973. Reativado em 1980, o presídio voltou a ser fechado, definitivamente, em 1983.
Os primeiros apenados levados para o local foram transferidos da Casa de Correção, ou o Cadeião da Volta do Gasômetro, em 1956. Logo na chegada, o diretor da prisão os reuniu no pátio e avisou: "Aqui não há possibilidade de fugas".

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No entanto, um dos internos, Julio Petinelli, condenado por estelionato, levou apenas três meses para desmenti-lo. Encarregado de lavar os enormes panelões nos quais era feita a comida, o apenado certo dia embarcou em um deles e, com uma colher de pau como remo, decidiu encarar o Guaíba. Dizem que levou praticamente um dia para chegar em terra firme. Esse deve ter sido o problema: a demora permitiu que notassem sua ausência. Quando "atracou", já estava sendo aguardado pelos policiais.

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Mesmo que sua suposta liberdade tenha durado tão pouco, Petinelli, ao menos, conseguiu entrar para a história do sistema penitenciário gaúcho, quiçá brasileiro ou até mundial, pela originalidade de seu plano de fuga.


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