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Três Passos

Delegado que reinvestigará suicídio da mãe de Bernardo quer "verdade real"

Professor universitário, Marcelo Mendes Lech foi convidado pelo chefe de Polícia a apurar morte de Odilaine Uglione

20/05/2015 - 17h09min

Atualizada em: 20/05/2015 - 17h09min


Divulgação / Polícia Civil
Lech é titular da 2ª DP de Santa Rosa e atuará somente nesse inquérito em Três Passos

Comunicado nesta quarta-feira pela chefia de Polícia de que será o responsável por reinvestigar o suicídio de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Uglione Boldrini, o delegado Marcelo Mendes Lech, 32 anos, se diz preparado para o trabalho e fala que quer apurar a "verdade real". Professor universitário, ele é o titular da 2ª DP de Santa Rosa e atuará somente neste inquérito em Três Passos, já que a delegada Caroline Bamberg foi promovida e ocupará um cargo regional.

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Lech diz também que quer se fazer presente na investigação e que fará todas as diligências possíveis para esclarecer definitivamente se a mãe do menino realmente tirou a própria vida, como consta no inquérito concluído por Caroline Bamberg, ou se foi assassinada, como sustenta a família materna de Bernardo. Confira, a seguir, a entrevista concedida por ele a Zero Hora.

Réus do Caso Bernardo serão ouvidos na semana que vem

O que o senhor pretende investigar sobre a morte de Odilaine?
Nesse momento, preciso me inteirar da documentação, dos fatos. Vamos fazer a investigação, realizar todas as diligências necessárias e apurar o que aconteceu efetivamente. Apurar a verdade real.

O senhor pretende investigar do zero, recomeçar toda a apuração?
A intenção é fazer a investigação devida, fazendo todas as diligências legais que forem necessárias para a elucidação da verdade. O que vai ser investigado? Isso vamos ver agora, no correr do inquérito policial. Fortemente, vai existir a presença do elemento pericial. Laudos, buscas em cima dos fatos para a elucidação.

O senhor foi pego de surpresa com essa nomeação?
Não. Faz parte da Polícia Civil e estamos preparados para enfrentar todas as situações. Espero e vou cumprir o meu trabalho, mas tenho de analisar a situação agora, até para não ter precipitação e não fazer nada na correria. Quero me fazer presente na investigação.

Nesta quarta-feira, a Justiça de Três Passos acatou pedido do Ministério Público e determinou a reabertura do inquérito sobre a morte de Odilaine, supostamente por suicídio, em 10 de fevereiro 2010. Na ocasião, Caroline Bamberg foi a responsável pelo inquérito que apontou como causa da morte um tiro no consultório de Leandro Boldrini, disparo pela própria vítima. A mãe de Odilaine, Jussara Uglione, tentava desde maio de 2014 uma nova apuração dos fatos.

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- O novo delegado vai analisar o inquérito anterior, a decisão da Justiça e averiguar o que precisa ser feito. A delegada Caroline é muito competente e será valorizada. Hoje, são quase 260 profissionais no Interior e ela ocupará uma das 29 regionais. Reabrir um inquérito não é desprestígio, acontece - afirma o Chefe de Polícia, Guilherme Wondracek.

Perícia: carta de suicídio de Odilaine teria sido escrita por secretária

A decisão do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial de Três Passos, atende a um pedido do Ministério Público. Assim, as investigações do suicídio devem ser retomadas e podem alterar o curso do Caso Bernardo.

"Verifica-se que merece deferimento o pedido de desarquivamento do inquérito policial apresentado pelo Ministério Público. Os elementos e fundamentos apresentados são suficientes para reabertura das investigações acerca da morte de Odilaine Uglione", afirmou o magistrado, em despacho (veja mais detalhes abaixo).

De acordo com o MP, a solicitação de desarquivamento é necessária para confrontar, por diligências oficiais, as perícias encomendadas pela família de Odilaine e juntadas ao processo. Uma delas, divulgada no mês passado, aponta que a carta de suicídio teria sido escrita pela secretária de Boldrini. Outros exames particulares, de outubro passado, indicaram que o tiro teria sido efetuado por outra pessoa que não a vítima.


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