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Dentro da paróquia

"Era um paizão da gurizada", diz amigo de padre morto em Tapera

Eduardo Pegoraro, 33 anos, foi baleado por um empresário na manhã desta sexta-feira

22/05/2015 - 17h22min

Atualizada em: 22/05/2015 - 17h22min


Divulgação / Rádio Tapejara
O homicídio aconteceu pela manhã, dentro da casa paroquial, onde Eduardo trabalhava

O assassinato de Eduardo Pegoraro, um padre jovem (33 anos), carismático, envolvido com as crianças e adolescentes e reconhecido nas ruas pelo sorriso fácil, causou consternação nas pessoas que conviviam com o religioso em Tapera. Não apenas pelo crime em si, mas principalmente pela forma como ocorreu. Um tiro no peito, dentro da casa paroquial, por motivo fútil - o ciúme de um marido.

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Segundo o delegado Marino Franceschi, que investiga o caso, o autor do disparo, o empresário Jairo Kolling, 41 anos, confessou e fez gestos que indicam um suposto envolvimento amoroso do padre com a mulher dele, identificada como Patrícia Kolling. Ela também foi atingida em um dos pulmões, mas não corre risco de vida. Jairo foi hospitalizado porque levou um tiro no peito e a polícia apura uma tentativa de suicídio.

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- Ele confirmou que atirou no padre, na esposa e contra ele mesmo. Em sinais, apontou para a aliança. Estou tratando como motivo fútil e, no decorrer, certamente teremos mais detalhes - disse Franceschi, que pediu a prisão preventiva do empresário.

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O homicídio aconteceu pela manhã, quando o padre e Patrícia estavam reunidos na paróquia. A mulher dava aulas de violão para seminaristas, a grande maioria jovens, e Pegoraro era o responsável por agendar os encontros e fazer os pagamentos. As pessoas próximas a ele negam qualquer caso do religioso com Patrícia e buscam respostas para o crime.

- Esse rapaz era extraordinário, uma pessoa boa. Era o padre da comunidade. Bah, não temos palavras. Nas missas, ele tinha um bom posicionamento sobre as coisas e trabalhava focado nos jovens - relata o presidente da paróquia, Sérgio Tonello.


Crédito: Prefeitura de Tapera / Divulgação

"Paizão da gurizada"

O policial civil Ronaldo Fantinell conheceu Pegoraro no Seminário. Ambos foram colegas, mas Fantinell acabou optando pela carreira fora da Igreja e manteve a amizade com o padre, que trabalhava com os jovens seminaristas de Tapera há três anos. Chocado, ele disse que vai procurar tratamento psicológico:

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- Toda a cidade está comovida. Perdemos um cara super humano, sem desavenças com ninguém. Ele tinha o dom de reunir jovens e idosos, se entusiasmava com isso, era um paizão da gurizada. Quando ele te encontrava na rua, parecia que te conhecia há 20 anos.

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Em conversa informal com policiais militares, Patrícia Kolling negou envolvimento amoroso com a vítima. Ela ainda não prestou depoimento devido às condições de saúde. Pegoraro está sendo velado na paróquia onde dedicava seus dias e será enterrado em São Marcos, uma comunidade próxima a Tapejara.

Logo após o assassinato, algumas pessoas tentaram invadir o hospital onde o autor dos disparos recebia atendimento, mas foram impedidos pela polícia. Uma missa em homenagem ao padre está sendo organizada.

- Estamos realmente sem entender a situação. Eu convivia com ele (Jairo) e nunca ouvi falar de qualquer atitude agressiva. Estou tão sem respostas como toda a cidade - lamenta o cunhado de Patrícia Kolling, que pediu para não ter o nome divulgado.


Corpo é velado na paróquia (Prefeitura de Tapera / Divulgação)


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