Polícia



Troca de informações

Redes sociais são aliadas da Segurança Pública

Comunidade e policiais compartilham dados por WhatsApp, Facebook e Twitter. Dentro das corporações, as informações também circulam com mais agilidade em grupos internos.

12/05/2015 - 07h04min

Atualizada em: 12/05/2015 - 07h04min


Omar Freitas / Agencia RBS
15ºPM utiliza a ferramenta

Ferramentas cada vez mais utilizadas pela população, as redes sociais estão servindo como aliadas da segurança pública. Grupos no WhatsApp, páginas no Facebook e perfis no Twitter aproximam policiais e comunidade, além de agilizar a circulação de dados. Como o uso é gratuito, a medida se torna um contraponto aos recentes cortes de recursos promovidos pelo governo do Estado e ao histórico déficit de efetivo.

Um dos exemplos vem do 15º BPM, de Canoas. A unidade atribui o aumento na captura de foragidos e de procurados pela Justiça à troca de informações pelo WhatsApp. Nos três primeiros meses do ano, foram 27 foragidos presos - só em abril, chegou a 15. Entre janeiro e março, o batalhão deteve 26 procurados pela Justiça - no mês passado, foram 27.

- Ao mesmo tempo em que a sociedade passa informações, nós também informamos sobre nossas ações. Os oficiais têm um grupo, os soldados e sargentos têm outro, e há uma interlocução entre eles que agiliza e contribui para o planejamento. Sabemos de mais detalhes das ocorrências por isso - avalia o tenente-coronel Oto Amorim, comandante do 15º BPM.

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O uso também é visto com bons olhos pelo diretor da 2ª Delegacia Regional de Polícia Metropolitana, delegado Fernando Soares:

- Tem vários policiais, chefes de investigação e delegados que acabam trocando informações momentâneas. Às vezes, a Brigada Militar chega no local de uma ocorrência, já tem um suspeito e aciona a Polícia Civil.

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Um bancário de 49 anos é um dos moradores que participa de um grupo com outras pessoas da comunidade e a BM.
- Esse grupo no WhatsApp nos beneficiou muito, pois nunca havíamos recebido tanta satisfação do trabalho da polícia. Sabemos quando há apreensão de drogas e recuperação de veículos, por exemplo. Quando temos algum suspeito, avisamos e é feita a abordagem - afirma o bancário, que pediu para não ter o nome divulgado.

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Quem tiver interesse de participar de grupos de WhatsApp nos bairros Guajuviras, Niterói, Rio Branco e Mathias Velho pode procurar os policiais do 15º BPM.

O uso das redes sociais não substitui as denúncias feitas pelo 190 - a corporação reforça que os chamados de urgência devem ser feitos por esse número. Também não há uma forma padrão para utilização das ferramentas, cada batalhão trabalha conforme suas possibilidades e objetivos (alguns com mais interação com a comunidade, outros de forma interna).

Twitter como prestador de serviço

Adepto das redes sociais desde antes de assumir a chefia de Comunicação Social da Brigada Militar, o major Ronie Coimbra conta que recebia muitas denúncias pelo Facebook quando era comandante do 33º BPM, de Sapucaia do Sul:

- Chegavam "inbox", e a grande maioria era verdadeira. Claro que há uma responsabilidade de atender a denúncia e dar resposta, senão, as pessoas não confiam.

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O oficial destaca que isso não substitui o registro de ocorrência, mas auxilia no planejamento.
- Quando não se tratar de questões urgentes, a comunicação pode ser pelas redes sociais. Mas, para casos que necessitam de ação imediata, o recomendável é ligar para o 190 - afirma.

Coimbra lembra a importância do Twitter como prestador de serviço aos cidadãos. Um exemplo é o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), que avisa de acidentes e bloqueios no trânsito. O Comando Rodoviário está no Twitter como @PRE198RS.

Agilidade pelo WhatsApp

O bairro mais boêmio da Capital é um dos locais que interage com a BM pelo WhatsApp. A ideia surgiu na corporação, que procurou a Associação dos Amigos da Cidade Baixa, responsável por administrar o grupo. A presidente, Roberta Rosito Corrêa, elogia o trabalho dos PMs, depois de ter enfrentado problemas com o 190.

- A gente avisa o que está acontecendo, e eles mandam patrulha. Tem sido fundamental, ainda mais agora, com policiamento reduzido - diz Roberta.

Comandante da 2ª Companhia do 9º BPM, o capitão Fernando Maciel define o grupo como a criação de um "cadeado", por reunir pessoas de várias ruas, bares e prefeitura:

- Recebemos uma média de dez informações por dia. E isso triplica de sexta para sábado e de sábado para domingo.
Além de ocorrências policiais, o oficial conta que a população informa de problemas de som alto em carros (a BM adverte os responsáveis) e locais de consumo de drogas, que são catalogados.

Moradores que quiserem participar do grupo, podem entrar em contato com a associação pelo e-mail aacbpoars@outlook.com.

Grupos específicos no batalhão

Um dos pioneiros no uso do WhatsApp dentro dos batalhões de Porto Alegre, o 9º BPM conta com cerca de 20 grupos, que incluem lotéricas, farmácias, transporte público e rede escolar _ este último, com as direções das mais de 30 instituições públicas da região.

- No Bom Fim, são mais de 200 pessoas. E isso dá uma sensação de proximidade da população com a Brigada Militar. Um exemplo é se alguém entra numa farmácia para furtar, logo a informação é repassada no grupo, e os outros comerciantes ficam atentos - detalha o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Francisco Vieira.

O Mercado Público é um dos locais que têm um grupo específico, composto por permissionários, funcionários, integrantes da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), o vice-prefeito Sebastião Melo e a Brigada Militar.

- Quando há algum suspeito, é publicado no grupo. A situação já esteve crítica ali, e agora está melhor. É uma ferramenta muito boa, que tem ajudado - salienta Ivan König, presidente da Associação de Comércio do Mercado Público Central.

Facebook para reconhecer suspeitos

No 34º BPM, de Esteio, o uso do WhatsApp está direcionado às duas patrulhas comunitárias, que atendem aos bairros Novo Esteio, Tamandaré, São José e Parque Primavera. Ali, são trocadas informações entre os PMs e a população. Os oficiais e praças também usam para fazer a comunicação interna.

Mas, pelo Facebook, a abrangência é maior. O comandante do batalhão, tenente-coronel Roberto Damasceno Rodrigues, explica que as ocorrências são informadas por meio do perfil, e fotos de presos são divulgadas, fazendo com que a população veja e faça a identificação na DP da cidade.

- Tivemos a prisão de um foragido em uma noite que foi reconhecido pelo roubo a cinco estabelecimentos no Centro. Colocamos a foto no Facebook, e muitas pessoas postaram que era ele (responsável por outros crimes) - conta o oficial.

Quem quiser interagir com a corporação, pode procurar por Brigada Militar Esteio no Facebook.

*Diário Gaúcho


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