Polícia



Boletim de ocorrência

Renato Dornelles: Melara, mestre e trapalhão

Assaltante é considerado um dos maiores líderes que já habitaram o sistema carcerário gaúcho

31/05/2015 - 14h59min

Atualizada em: 31/05/2015 - 14h59min


Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Melara, em foto de 1991

Um mestre em fugas e um trapalhão fora da cadeia. Assim poderia ser definido o assaltante Dilonei Francisco Melara, um dos maiores líderes que já habitaram o sistema carcerário gaúcho, assassinado em 2005. Ele foi o protagonista da primeira e da segunda fugas da Penitenciária Estadual de Charqueadas (Pec), até então considerada de segurança máxima.

Na segunda fuga, em 1987, depois de resistir por uma semana com um tiro na perna sem qualquer atendimento médico, Melara embarcou em um táxi, em Viamão. Desconfiado de que não receberia o dinheiro da corrida, o taxista decidiu acionar a Polícia Rodoviária Federal. Mesmo sem reconhecê-lo, os patrulheiros decidiram levar o passageiro para a 2ª DP, onde o então inspetor Adalmiro Alano identificou o criminoso.

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Quatro anos depois, Melara liderou uma fuga coletiva do Presídio Regional de Bagé. Os outros cinco fugitivos, um a um, acabaram recapturados. Mas faltava Melara. Mais de cem policiais, utilizando avião bimotor e cães farejadores, o procuravam. De Porto Alegre, haviam seguido para a região policiais civis da Delegacia de Capturas e militares do Grupamento de Ações Tático Especiais (Gate), que se juntaram ao contingente local. Disfarçados de peões, vestindo pilchas e andando a cavalo, ou de operários da rede ferroviária, ficaram dias rondando Bagé e as cidades próximas.

Duas semanas após fugir, Melara não aguentava mais de fome. Por conta disso, furtou uma abóbora e decidiu assá-la num matagal da Estância do Céu, em São Gabriel. A fumaça acabou chamando a atenção de dois peões legítimos, que trabalhavam na estância. A galope em cavalos crioulos, os dois homens seguiram a pista até avistar Melara junto a um latão de 20 litros, que utilizava como churrasqueira. O bandido ainda tentou fugir, mas acabou encurralado e contido pelos peões.

Orgulhosos, os dois homens entregaram o assaltante à Brigada Militar, que o devolveu ao sistema penitenciário.

*Diário Gaúcho


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