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Assalto em prédio

Tecnologia pode ajudar a inibir ataques a imóveis

Especialistas em segurança apontam uma série de ferramentas que podem elevar o nível de proteção de condomínios, mas alertam que conscientização dos moradores é o principal

18/05/2015 - 18h29min

Atualizada em: 18/05/2015 - 18h29min


Carlos Ismael Moreira
Carlos Ismael Moreira
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Edifício residencial no bairro Rio Branco foi alvo de criminosos na manhã desta segunda-feira

assalto ao Edifício Vivendas Bela Vista, no bairro Rio Branco, na manhã desta segunda-feira, acende o alerta para medidas de proteção que podem ajudar a inibir esse tipo de ataque por criminosos. Nesse contexto, segundo especialistas, a tecnologia é uma grande aliada, mas nada substitui o cuidado e a prevenção realizada pelos próprios moradores.

Grupo era liderado por homem com distintivo da Polícia Federal

O mercado de segurança imobiliária oferece uma série de dispositivos para vigilância de prédios e condomínios. De acordo com o gerente comercial da Rudder, Miguel Louzado Júnior, empresa especializada em segurança patrimonial, é fundamental que as medidas não sejam implantadas de forma isolada ou por leigos.

- Tem que consultar profissionais especializados para verificar, com base técnica, as ações mais adequadas conforme as peculiaridades de cada prédio - ressalta.

Para o especialista em segurança estratégica, Gustavo Caleffi, mais importante que as tecnologias adotadas é a conscientização dos condôminos.

- O principal segredo está na consciência dos moradores em saber que segurança se faz, como se diz no setor, 24 por sete, todas as horas de todos os dias da semana. É muito comum as pessoas abrirem mão de procedimentos em nome de conforto, mas nunca se sabe quando o criminoso vai agir - opina Caleffi.

Procurada pela reportagem, a Banco Imobiliário - empresa responsável pela administração do condomínio Edifício Vivendas Bela Vista - informou que considera as medidas de segurança sigilosas e não comentaria o assunto.

Confira medidas que podem elevar o nível de proteção de um imóvel

PORTEIRO
- É importante contratar uma empresa especializada que verifique antecedentes policiais e criminais do profissional. O porteiro precisar estar capacitado para lidar com os equipamentos de segurança de prédio (eclusas, passa-volumes, câmeras etc).

- Ele também precisa receber orientação suficiente sobre as pessoas que costumam frequentar o prédio. Mesmo quando a identificação é exigida, há bandidos que se passam por funcionários de empresas públicas ou privadas.

SERVIÇO DE RONDAS
- Conforme o tamanho do condomínio, além das portarias fixas, é necessário um serviço de rondas. São vigilantes que circulam pelo perímetro e podem, inclusive, portar armas de fogo - esse serviço é fiscalizado pela Polícia Federal e não pode ser realizado por porteiros.

- Durante as rondas, o vigilante também pode portar um dispositivo eletrônico que registra a rota a ser realizada. Caso o profissional seja rendido e não complete o percurso, o sistema aciona a empresa responsável.

SISTEMA DE ALARME MONITORADO
- Sensores de alarme instalados em todos os acessos e portas de entrada e saída do edifício. Em portões e portas de garagem, por exemplo, o morador aciona a entrada com controle remoto e, uma vez dentro do prédio, tem um determinado tempo para ir até um teclado e digitar uma senha. Caso isso não seja feito, aciona-se um alarme com sirene e a empresa é comunicada para deslocar uma equipe até o local.

CONTROLES CODIFICADOS
Equipamentos para abertura remota de portões produzidos exclusivamente pela fábrica, com frequência única e fechada. Nos controles remotos comuns, a frequência é aberta e pode ser replicada. Isso facilita a clonagem dos dispositivos.


Garagem pela qual criminosos teriam entrado no prédio (Foto: Ronaldo Bernardi)

CERCA ELÉTRICA
- É um dos equipamentos mais comuns. Funciona não apenas como uma barreira física, mas também psicológica, em função da ameaça de choque. Não inibe, porém, bandidos armados que usam a força e rendem moradores para invadir o prédio. Deve ser instalada por empresa especializada e receber manutenção periódica.

- É recomendável que a cerca tenha monitoramento eletrônico. Dessa forma, quando um invasor cruza a barreira, dispara uma sirene e a empresa responsável pela vigilância recebe um alerta.

- Existe também a opção cercamento infravermelho, que torna a cerca invisível, mas mantém sensores para identificar as tentativas de invasão.

BOTÃO DE PÂNICO
- Funciona 24 horas e é interligado à central de monitoramento. Quando um morador ou o porteiro aciona o botão, a empresa de segurança é comunica de forma silenciosa. Pode ser instalado na guarita dos porteiros e nos controles remotos utilizados pelos moradores.

CÂMERAS DE MONITORAMENTO
- Inibem os ladrões e, em caso de roubo ou furto, auxiliam a polícia. Devem ter visão noturna, dispositivo alternativo de energia e estar posicionadas para captar os acessos e a rua. Para ajudar na prevenção, pode-se ter o circuito de TV constantemente monitorado por alguém que possa acionar a polícia, o que encarece o serviço.

- Outra solução é a interligação do sistema de câmeras com o alarme monitorado. Dessa forma, quando há uma invasão e o alerta é acionado, a empresa responsável inicia a gravação remota das imagens. Isso preserva o registro mesmo que os criminosos levem os equipamentos da central instalada no prédio. Também há opção da empresa de fazer backup 24 horas de imagens, mesmo que não haja invasões.

- Além disso, alguns sistemas permitem que os moradores tenham acesso às imagens pela internet, tanto no computador quanto no celular.

ACESSO POR BIOMETRIA
Os moradores têm digitais registradas e um leitor é instalado nos acessos do prédio para permitir o ingresso apenas de pessoas cadastradas. Integrado ao sistema de alarme monitorado, também há opção de fazer a abertura da porta com acionamento de alarme silencioso para o caso de morador estar refém de algum invasor. O morador cadastra as digitais de dois dedos diferentes: uma para abertura regular da porta, e outra para emergência, que libera o acesso mas alerta a empresa de monitoramento.

ECLUSAS
São corredores gradeados com dois portões, na frente e no fundo. Quando alguém passa pelo primeiro, o outro fica trancado até que o primeiro se feche. Podem ser para pedestres ou para veículos. Para condomínio com muito fluxo, se torna inviável.

GUARITA BLINDADA
Exige um investimento maior (muitas vezes acima de R$ 40 mil), mas oferece proteção contra tiros e geralmente conta com passa-volumes para evitar o contato com carteiros ou entregadores - que algumas quadrilhas já usam como disfarce para assaltos.

FECHADURA ELETROMAGNÉTICA
Evita que alguém esqueça a porta do prédio ou da portaria aberta, dificultando o acesso aos ladrões, mas o nível de segurança é baixo. Mesmo que a fechadura não tenha sido girada, trava a porta e só permite a abertura por meio da chave. É importante que haja uma fonte de energia auxiliar para manter o funcionamento do sistema mesmo que haja falta de luz.

FECHADURA DE ELETROIMÃ
Sistema de fechadura de funcionamento idêntico ao eletromagnético, mas cria uma campo de resistência que suporta forças a partir de 150 quilos.


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