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Operação Lava-Jato

Em vídeo, Youssef lista deputados gaúchos que receberiam mesada

O contexto em que Youssef detalhou pela primeira vez a relação de parlamentares, que inclui seis gaúchos, aparece em um vídeo obtido por Zero Hora

24/06/2015 - 20h28min

Atualizada em: 24/06/2015 - 20h28min


Guilherme Mazui / RBS Brasília
Guilherme Mazui / RBS Brasília
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O doleiro Alberto Youssef repassou aos investigadores da Operação Lava-Jato os nomes dos deputados e ex-deputados do PP que receberiam uma mesada, financiada por recursos de contratos da Petrobras, com base em sua memória e com o auxílio da lista da bancada federal eleita pelo partido em 2010.

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O contexto em que Youssef detalhou pela primeira vez a relação de parlamentares, que inclui seis gaúchos, aparece em um vídeo obtido por Zero Hora, mediante autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), com um dos depoimentos de delação premiada do doleiro, prestado em outubro de 2014 - em fevereiro de 2015 ele repetiu os nomes em depoimento complementar.

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Na fala de 2014, Youssef citou os deputados federais gaúchos Afonso Hamm, Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Luis Carlos Heinze e Renato Molling, além do ex-deputado Vilson Covatti, como integrantes do grupo do PP que se beneficiaria de mesadas entre R$ 30 e R$ 150 mil. O dinheiro seria levantado por meio de comissões pagas por empreiteiras à legenda a partir de contratos de obras na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

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No vídeo, Youssef conversa com um dos investigadores no momento em que um computador é colocado à sua frente com a relação dos parlamentares eleitos pelo PP em 2010. O delator observa os nomes e responde às perguntas sobre quem participava ou não do esquema.

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O doleiro afirma sem hesitar que Jerônimo Goergen, Afonso Hamm, José Otávio Germano e Vilson Covatti recebiam a mesada. Questionado sobre Luis Carlos Heinze e Renato Molling, diz que não tinha certeza.
 
- Luis Carlos Heinze, Rio Grande do Sul? - pergunta um dos investigadores.
- Pra mim recebia, não posso dar certeza, mas eu ouvi falar os nomes.
- O senhor tem certeza? - insiste o investigador.
- Não, não tenho certeza.
- Renato Molling? - segue o investigador.
- Renato?
- Molling, do Rio Grande do Sul.
- Também não tenho certeza - afirma o doleiro.
 
Após detalhar o restante da lista com parlamentares do PP de outros Estados, o delator revisa um por um os nomes que ficaram na versão por escrito de seu depoimento, utilizada no pedido de investigação aceito pelo STF. Ao rever a relação, o doleiro muda a versão e garante que Heinze e Molling recebiam a suposta mesada.
 
- O deputado Renato Molling a gente falou que recebia, né? Do Rio Grande do Sul? - diz Youssef.
- Renato...
- Molling... Molling - repete o doleiro.
- Esse não constou aqui.
- Esse recebia - fala.
- Depois tem o Luis Carlos Heinze - diz o investigador.
- Luis Carlos Heinze... Luiz Carlos Heinze também recebia - completa Youssef.

Os políticos negam o envolvimento no caso.

 

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