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Região Metropolitana

Fotógrafo assassinado em Canoas sonhava empreender com irmão gêmeo

Gustavo Gargioni, 22 anos, foi encontrado morto na terça-feira. Ele trabalhou na equipe de comunicação do governo do Estado em 2014

29/07/2015 - 13h20min

Atualizada em: 29/07/2015 - 13h20min


Divulgação / Facebook
Gustavo (E) e Guilherme (D) tinham planos de abrir uma empresa juntos e se tornarem sócios

Conhecido pelos ex-colegas de trabalho como um jovem alegre, disposto e de bem com a vida, o fotógrafo Gustavo Gargioni, 22 anos, teve o sonho de se tornar sócio do irmão gêmeo e empreendedor no mercado de eventos interrompido por um assassinato brutal na última segunda-feira em Canoas, na Região Metropolitana. Espancado de diversas formas e atingido por pelo menos dez tiros, ele foi encontrado próximo à Praia de Paquetá em um crime aparentemente passional, conforme a polícia.

Polícia diz que fotógrafo foi espancado brutalmente em "crime de ódio"

Gargioni trabalhou por mais de dois anos na equipe de Comunicação Social do Palácio Piratini, onde ficou até o final do mandato de Tarso Genro, e queria se especializar em fotografia de eventos, como formaturas e casamentos, para depois abrir uma empresa com o irmão Guilherme Gargioni. Naturais de Maceió (AL), eles se mudaram para o Rio Grande do Sul com um ano de idade e moraram no Vale do Sinos com a família antes de se estabelecerem em Canoas. Gustavo deixa os pais e mais duas irmãs.

Amigos fazem página no Facebook para homenagens

Os gêmeos eram colegas na faculdade de Comunicação Social da Unisinos e estavam no quarto semestre quando tiveram de trancar o curso devido à alta demanda de trabalho. Além de atuar no governo do Estado, Gustavo também fotografava festas e procurava se especializar em marketing para dar a mudança que sonhava na carreira nos próximos anos.

- Todo mundo que conviveu com ele sabe da alegria que transmitia, do sorriso sempre estampado no rosto. Um cara que tentava alegrar os outros, de bem com a vida. Foi uma surpresa grande o que ocorreu. Estávamos sempre juntos, queríamos abrir essa empresa - lamenta Guilherme, irmão do jovem.


"Chocante e inacreditável", diz professora

Uma das pessoas que conviveu com Gustavo Gargioni é a professora de fotografia da Unisinos Marina Chiapinotto. Ela conta que, além de bem humorado, ele era dedicado e talentoso:

- É chocante, inacreditável. Um guri tranquilo, batalhador, bom aluno. Ele era super dedicado, ótimo no que fazia.

Ex-colega na assessoria do Piratini, Alina Oliveira de Souza relata que o jovem queria estudar no Exterior e se tornar conhecido por fotografias de casamentos. Ela sentava ao lado dele e diz que o tratava como alguém de sua própria família:

- Convivíamos bastante e ele se tornou uma pessoa da minha família. O Gustavo era disposto, pró-ativo, solícito e se entregava de corpo e alma para o que fazia. Apesar de ser mais novo, ensinou muito pelo talento. Ele falava em empreender, trabalhar por conta, se dedicar mesmo à carreira de fotógrafo de casamentos. Nossa, era uma pessoa muito para cima.


Crime de ódio e vingança

Além de ser atingido por pelo menos dez tiros de pistola, Gargioni foi espancado brutalmente antes de morrer entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça em Canoas. De acordo com o delegado Marco Antônio Guns, que investiga o homicídio, as características do assassinato apontam para um crime passional, onde o ódio e a vingança são os elementos motivadores:

- Uma das nossas convicções é que, pelo intenso sofrimento que a vítima passou, não se trata de uma briga de bar. A experiência mostra que é uma agressividade característica de algum envolvimento amoroso. O corpo está nos dizendo isso. A linha que trabalhamos é que o homicídio tem a ver com raiva, um ódio muito grande, que via de regra vem do tráfico, o que não cabe nesse caso, ou da passionalidade - afirma Guns.

Segundo ele, o fotógrafo não foi ferido por armas brancas e tinha lesões de diversos "instrumentos contundentes". Para chegar até os suspeitos, ainda não identificados, a polícia começou a ouvir testemunhas - mais de 20 até o momento - e fará a reconstituição dos últimos passos dele.

Gustavo Gargioni teria sido levado por homens armados quando saiu de uma academia de musculação no bairro Igara, na noite de segunda-feira. O corpo foi encontrado próximo à Praia de Paquetá e o telefone celular e documento de identificação haviam sido levados. Câmeras de segurança próximas à academia vão auxiliar nas investigações.

O velório de Gustavo teve início às 23h de terça-feira no Cemitério São Vicente, em Canoas. Nesta quarta-feira, às 16h, está previsto o enterro do jovem, que trabalhou na equipe de Comunicação Social do Palácio Piratini até o ano passado.

* Zero Hora


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