Polícia



Porto Alegre

Prefeitura interdita casas noturnas no Centro após execução

Jovem de 21 anos levou vários tiros na saída de um dos inferninhos próximos da Avenida Salgado Filho

28/08/2015 - 07h08min

Atualizada em: 28/08/2015 - 07h08min


Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Mais uma vez, o entorno dos inferninhos, no Centro da Capital, foi palco de um assassinato. Mateus de Freitas Pinheiro, 21 anos, foi atacado por quatro homens na Avenida Senador Salgado Filho, depois de sair de uma das casas noturnas da Rua Marechal Floriano Peixoto.

O crime ocorreu na madrugada de quinta. Este ano, pelo menos três homicídios já foram registrados na saída de festas na região, um deles o de uma adolescente de 14 anos.

Ainda na noite de ontem, a Divisão de Fiscalização da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio interditou três casas noturnas da Marechal Floriano. A medida, segundo a prefeitura, foi adotada porque terminaram os recursos administrativos e judiciais contra a interdição dos estabelecimentos. Os locais haviam sido fechados pela SMIC em fevereiro de 2014, a pedido da Brigada Militar, e recorreram à Justiça solicitando reabertura.

Os moradores do Centro já perderam a esperança de noites tranquilas. As casas noturnas atraem gangues, cuja rivalidade é alimentada também pelo tráfico de drogas. Segundo o vice-presidente da Associação de Moradores do Centro de Porto Alegre, Paulo Guarnieri, só uma mudança no Plano Diretor resolve o problema.

- Se os inferninhos cumprirem a lei que existe, não podem ser fechados. O que queremos é uma mudança no Plano Diretor que crie um perímetro no Centro Histórico em que não possa existir casa noturna - firma Paulo.

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A Brigada Militar tenta coibir a violência na região. O comandante do 9º BPM, tenente-coronel Francisco Vieira, afirma que, todas as noites, uma patrulha monitora o clima dos inferninhos. A intenção é acertar com os proprietários a melhor hora de cada festa terminar. Um esquema que lembra o da saída das torcidas em dia de Gre-Nal.

- É uma comparação boa. Porque há grupos rivais que frequentam casas noturnas diferentes, mas muito perto uma da outra. Acertamos que um estabelecimento termina a festa em um horário, e outro, mais tarde - conta o comandante.

Homicídios como o de ontem, para o tenente-coronel Vieira, são casos extremos e isolados. A regra, reconhece ele, é a perturbação pública. Quase todas as noites, segundo o oficial, os PMs prendem suspeitos com carros roubados. Os veículos são usados para ir às festas.

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* Diário Gaúcho


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