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Zona Sul

Mulher é presa suspeita de roubar o próprio carro em Porto Alegre

PMs não verificaram que carro em ocorrência de roubo já havia sido devolvido para a dona

21/09/2015 - 07h02min

Atualizada em: 21/09/2015 - 07h02min


Durante pelo menos duas horas, entre o final da manhã e o começo da tarde deste domingo, a socorrista Patrícia Marta da Silva, 45 anos, sentiu-se na pele de um criminoso. Sem ter nenhuma razão para isso.

Policiais do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 1º BPM, apoiados por agentes do serviço de inteligência do mesmo batalhão, chegaram à porta do apartamento da família dela, na Rua Costa Lima, Bairro Nonoai, e, quando foi aberta, sem qualquer mandado judicial, a algemaram. Segundo informaram a ela e a pelo menos outros quatro familiares, atendiam a uma denúncia.

- Disseram que ali estava uma quadrilha de ladrões de carros. Me senti humilhada - desabafa.

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O carro supostamente roubado era o Onix preto, que na verdade pertence a ela. Toda a família foi parar na 2ª DP da Capital, que agora vai apurar a atitude dos policiais militares e, ainda ontem, tentava esclarecer a situação do veículo.

A confusão teria iniciado no dia 28 de fevereiro, em Caxias do Sul, na Serra, quando o Onix foi roubado e o companheiro da socorrista foi levado como refém. O carro foi recuperado pela Brigada Militar, mas ao invés de ser entregue a uma delegacia para que fosse feito o registro da recuperação e a retirada do alerta de roubo no sistema da Segurança Pública, os PMs teriam entregue o veículo diretamente à vítima.

- Me orientaram a registrar a recuperação do carro no outro dia em uma delegacia. Foi o que eu fiz, mas parece que os policiais militares não checaram que tinha outra ocorrência do carro depois do roubo - comenta Marco Rodrigues, 52 anos, companheiro de Patrícia.

A chegada dos policiais militares ao apartamento teria sido a segunda abordagem à família. Segundo eles, no final da manhã, agentes da Polícia Civil, que teriam se apresentado como integrantes do Deic, atenderam a outra denúncia e os abordaram no pátio do condomínio. Constataram a situação do veículo, já recuperado, e foram embora.

- Os PMs apareceram lá 40 minutos depois, e também dizendo que tinha acontecido uma denúncia. Eu compreendo que se há uma denúncia tem que checar, inclusive com rigor, mas será que as duas corporações não se comunicam? E esse sistema? E o mandado para entrar no apartamento daquela forma? - critica a socorrista.

A reportagem procurou o comando do 1º BPM para esclarecer o fato, mas não obteve sucesso.

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* Diário Gaúcho


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