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Entrevista

"O que eu não devo, não vou pagar", diz amiga de homem que confessou esquartejamento

Indiciada, Esmeralda Luciano Antoni, 75 anos, teria um caso com Vandré Centeno do Carmo

18/09/2015 - 19h15min

Atualizada em: 18/09/2015 - 19h15min


Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Vandré Centeno do Carmo (foto) confessou participação na morte de Cíntia Beatriz Lacerda Glufke

Esmeralda Luciano Antoni, 75 anos, técnica de laboratório aposentada da UFRGS, é mais um personagem que surge como envolvido na morte de Cíntia Beatriz Lacerda Glufke, 34 anos. Viúva, ela teria um caso com o autor confesso do assassinato, Vandré Centeno do Carmo, 25 anos, e foi indiciada pela polícia por participação no assassinato.

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Esmeralda afirma que não sabia da morte e desconhecia o conteúdo das malas de Vandré que carregava pedaços do corpo da vítima ao viajar com ela para São Joaquim (SC). Na quinta-feira, Esmeralda falou com Zero Hora por telefone.

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Confira a entrevista:

De quem foi a ideia da viagem?
Eu convidei ele (Vandré) para visitar meus parentes. Eu nasci lá.

A senhora sabia que tinha um corpo dentro das malas do Vandré?
Não. Fiquei sabendo só depois que voltei.

Por que ao chegar na rodoviária de São Joaquim, a senhora e ele saíram caminhando pela rua?
Porque eu liguei para minha irmã me buscar e ela disse que o carro tinha estragado. Caminhamos uns 40 minutos.

Viu ele jogar as malas no lixão?
Não.

Então a senhora não tem envolvimento no crime?
Não. Estou tranquila. O que devo, eu pago. O que não devo, não vou pagar.

A senhora conhecia a Cíntia?
Não.

Há quanto tempo a senhora conhece o Vandré?
Conheci a família dele em uma igreja evangélica. Ele tinha 10 anos.

Tiveram um caso depois?
Isso começou há uns três anos, quando a gente passou a ter relação mais profunda. Ele ia na minha casa, jantava, a gente conversava, depois ele ia embora.

A senhora tem 80 anos?
Tenho 75. Alterei o documento para me casar quando tinha 13 anos. Naquela época não permitiam casamento com essa idade.

A senhora dava dinheiro para o Vandré?
Não. O que dei foi muita força para ele trabalhar. Ele trabalhou em supermercado, loja de brinquedos, hotel.  

Mas dava dinheiro para a família dele?
Ajudava, mas nunca dei dinheiro. Eram muito pobres. Fazia rancho quando precisavam e comprei material em uma madeireira para fazer a casinha deles.

Gastou muito?
Uns R$ 10 mil. 

Quando estavam na igreja, a senhora e o Vandré saiam às ruas para pregação?
A gente saía em grupos. Não podia sair um homem e uma mulher.

Mas a senhora e ele foram expulsos da igreja porque andavam só os dois...
Deu um problema lá porque a gente trabalhou muito tempo juntos. Mas eu posso continuar frequentando a igreja.

A senhora vendeu dois apartamentos para viajar com o Vandré para a Europa?
Eu falei isso para a polícia, mas não é verdade, estava nervosa.

* Zero Hora


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