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Instalados há mais de um ano, "botões de pânico" nos táxis ainda não funcionam

Previsão da EPTC é de que sistema entre em funcionamento daqui a 30 dias

22/10/2015 - 07h03min

Atualizada em: 22/10/2015 - 07h03min


Mateus Bruxel / Agencia RBS
Taxistas esperam rotina mais segura com funcionamento do "botão de pânico".

No ano passado, Claudio Silva dos Santos, 46 anos, foi um dos primeiros a instalar no táxi o combo GPS e "botão de pânico" na Capital. Em dezembro, quando notou o assalto iminente, apertou esperando alertar a BM. Não funcionou. Mais de um ano depois, ainda não funciona. Quase desistiu da profissão.

- Fui até Canoas. Dois homens e uma adolescente mandaram descer do carro, colocaram o cano da arma no meu peito, na minha testa, tiros no chão. O botão poderia ter ajudado. - lembra.

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Agora, o dispositivo tem, pelo menos, uma previsão para disparar um alerta de perigo que chegue à BM com a localização do táxi por meio do GPS.

Taxa cobrada

Após analisar o convênio entre a Empresa de Transporte e Circulação (EPTC) e a prestadora de serviço, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) afirma que em um mês o serviço deve fazer parte na vida dos taxistas.

A EPTC disse que esperava pela SSP. A Secretaria afirmou que aguardava o GPS ser instalado em todos os táxis. Faltariam apenas 50. Pelo GPS e "botão de pânico", cada táxi paga taxa mensal equivalente a 17 bandeiradas (R$ 79,22). A queixa é pagar algo que funciona pela metade. Dizem que a localização do GPS também é falha.

- Meu pai, 76 anos, dirige em outro turno. Muitas vezes, quero saber onde anda. Ligo, e está à frente do lugar apontado pelo GPS. - diz João Carlos Moraes, 53 anos.

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Luiz Nozari, planeja uma ação na Justiça contra o serviço prestado. 
- Não somos contra, mas tem de funcionar. O GPS é questionável. Há relatos de que nem todos são monitorados. Queremos ter o que se paga - afirma.


EPTC garante que GPS funciona bem

Para o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, o sistema funciona bem. Diz que pode haver diferença na localização, mas seriam casos pontuais. Hoje, os dados servem para monitoramento da frota.

Segundo ele, enquanto o acerto com a BM não sai, cada acionamento do "botão do pânico" gera um alerta na central da EPTC, que faz um registro. A SSP informa que, quando entrar em prática, um servidor da EPTC deverá ser deslocado para atuar dentro do Departamento de Comando e Controle Integrado, operando o botão. Ele acionará a BM no caso de uma ocorrência comprovada.

 

SAIBA MAIS

A história do GPS e do "botão de pânico" em Porto Alegre:

- O sistema começou a ser instalados na frota de táxi no ano passado. Até o fim do primeiro semestre deste ano, os 3.921 veículos já teriam o equipamento. Faltam 50.

- Segundo a prefeitura, o objetivo é aprimorar o monitoramento e a fiscalização do serviço e auxiliar taxistas e passageiros.

- No futuro, o monitoramento será utilizado para verificar a necessidade (ou não) de ampliação da frota.

- Junto ao GPS é instalado o "botão de pânico", que poderá ser acionado em situações de emergência.

- Os dados transmitidos pelo GPS serão enviados, via antena de transmissão (satélite).

- Pelo serviço, cada taxista tem de pagar uma taxa equivalente a 17 bandeiradas (atualmente, R$ 79,22). Se estiver em atraso, o proprietário do táxi fica impedido de realizar vistoria, renovar a licença (carteirão), entre outros serviços.

- Para custear o projeto, foi a provada lei municipal que liberou a bandeira 2 a partir das 20h nos dias úteis, e das 15h aos sábados (começava sempre às 22h).

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* Diário Gaúcho


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