Contra as drogas
Polícia encontra filho desaparecido em Canoas
Caso foi relatado na edição de final de semana do Diário Gaúcho. Adolescente foi encontrado caminhando na rua.
A agonia de um pai, de 50 anos, que durava uma semana, terminou na tarde desta segunda na 2ª Delegacia de Polícia de Canoas. Ele foi chamado pelos policiais porque o filho desaparecido, de 15 anos, havia sido encontrado. Impedido de entrar em casa com cerca de 100g de cocaína na mochila, o adolescente não voltou mais. O drama foi relatado na edição de final de semana do Diário Gaúcho.
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Na delegacia, o reencontro com o pai e uma irmã foi constrangido. Sentado na sala da investigação, cabeça baixa, cotovelos apoiados nos joelhos, não tinha respostas para pai.
- Tu sabe o que tu tá fazendo? Tu sabe porque tu acabou aqui na delegacia? Tu tá sendo usado por traficantes, filho. Tu sabe disso? - perguntou o pai, calmo, sem alterar o tom de voz.
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Horas antes, a equipe de investigação circulava pela Rua Pedro Brum, Vila Granja, no Bairro Niterói. Uma via que, segundo o chefe de investigações, Antonio Pastorini, tem forte presença do tráfico. Havia a informação de que o adolescente estava em uma boca de fumo na região.
Na delegacia, admitiu consumir drogas. Contou que chegou a ficar internado em uma clínica por nove meses. Saiu e não conseguiu ficar longe. Voltou a usar maconha e cocaína. Acha que a família tinha poderia fazer concessões.
- Podiam, pelo menos, me deixar fumar - dizia o jovem antes da chegada dos familiares.
O pai, agora, espera conseguir fazer o filho volta a estudar. Reiniciar o tratamento para mantê-lo longe da dependência é uma das metas.
Promessa antes de deixar DP
Para quem afirmou ter passado uma semana na rua, o adolescente estava bem vestido, limpo e alimentado. A explicação dada não convenceu.
- Eu tava na rua. Ganhei essas roupas na rua. E eu comprava comida com dinheiro que eu ganhava limpando pátio, cortando grama - dizia.
- Foi isso que os traficantes mandaram tu dizer? - respondeu o pai, olhando em seguida para o chefe de investigações, que observava o reencontro.
Antes de deixar a delegacia, o chefe de investigações pediu para o adolescente levantar, olhar ele nos olhos e fazer uma promessa.
- Diz que tu não vai mais levar aquilo (droga) pra casa. Promete pra mim? Agora vocês podem ir - disse o agente.
* Diário Gaúcho