Joinville



Segurança

Mais de 50 agentes buscam por corpo de jovem decapitado em Joinville

Agentes, investigadores e delegados tentam elucidar crime que assustou a cidade nesta semana

04/02/2016 - 21h15min

Atualizada em: 04/02/2016 - 21h15min


Leandro S. Junges
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Divulgação / Divulgação
Policiais fizeram buscas pelo corpo de Israel Melo Júnior no Ulysses Guimarães

A reação das polícias Civil e Militar ao crime que horrorizou a população de Joinville, no Norte do Estado, na terça-feira, foi exercida com força na tarde desta quinta-feira. As corporações, separadamente, reuniram pelo menos 50 agentes, policiais militares ligados à inteligência, investigadores e delegados para vasculhar a cidade, especialmente os bairros da zona Norte.

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As equipes estão em busca de pistas, de testemunhas e dos criminosos que mataram um jovem de 16 anos, cortaram a cabeça dele a machadadas e filmaram a ação. A morte e a zombaria com que as quatro pessoas que aparecem no vídeo agem foram consideradas uma afronta às instituições de segurança.

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Na Civil, a operação está sendo coordenada pessoalmente pelo delegado regional, Laurito Akira Sato. Segundo ele, nenhuma hipótese está sendo descartada e todas as informações que chegam à equipe de investigação estão sendo checadas.

A atuação dos agentes em cada missão e a estratégia das corporações estão sendo mantidas em sigilo para evitar que os bandidos se antecipem. Uma das prioridades é encontrar o corpo do adolescente assassinado.

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O corpo do adolescente Israel Melo Júnior, de 16 anos, conhecido na zona Norte como Juninho Nézo, ainda não foi encontrado. A cabeça dele foi deixada no começo da noite de terça-feira pelos criminosos dentro de uma mochila, na esquina da Estrada Timbé com a rua Titan, na entrada do bairro Jardim Paraíso. Logo após, o grupo começou a repassar as cenas da morte do garoto nas redes sociais.

Segundo o delegado Akira, as suspeitas de que há uma disputa entre gangues rivais ou grupos criminosos está sendo investigada. A Polícia Civil também tem linhas de investigação que envolvem o tráfico de drogas na região.

A polícia avalia se o crime é uma resposta a outras mortes e ataques ocorridos desde o ano passado na região, especialmente a morte ocorrida na segunda-feira, quando um adolescente de 15 anos foi executado com mais de 15 tiros no Cubatão, e o atentado à casa de uma mulher e duas filhas, na terça de madrugada, no bairro Aventureiro.

Uma das meninas era namorada do garoto que morreu no Cubatão. Ontem, a casa continuava abandonada e fechada, com roupas no varal e as marcas de tiros nas paredes da sala e de um dos quartos. Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV, o comandante da 5ª Região da Polícia Militar, coronel Amarildo Assis Alves, reforçou que a estratégia é colocar o policiamento na rua.

Durante a varredura da Polícia Civil no bairro Jardim Paraíso e em bairros da zona Sul da cidade, pelo menos quatro suspeitos com passagens criminais foram conduzidos para a delegacia para prestar depoimento. Eles foram interrogados por causa da tripla tentativa de homicídio que ocorreu no Jardim Paraíso e a tentativa de homicídio no Comasa, que aconteceram na tarde de terça-feira.

Os suspeitos também foram interrogados sobre o assassinato do adolescente que foi decapitado depois de morto, no Jardim Paraíso.

Moradores suspeitam que vídeo tenha sido gravado na região próxima ao rio do Ferro

Moradores suspeitam do local

Moradores dos bairros Aventureiro e Cubatão ouvidos pela reportagem de "AN" suspeitam que o adolescente tenha sido executado nas margens do rio do Ferro, na região próxima ao mangue entre as ruas José Voltolini e Constâncio Visentainer.

Segundo um dos moradores, as imagens do vídeo mostram restos de reciclados, uma carcaça de geladeira e coqueiros, que são típicos daquela área de mangue.

Os restos de material reciclável, como isopor, peças plásticas de eletrodomésticos e metais, são comuns ao longo dos barrancos e do mangue em volta do rio, que faz várias curvas e segue para a baía da Babitonga.

O local também fica a menos de um quilômetro da casa onde o menino morava com a mãe e o padrasto. Embora seja uma região conhecida, há centenas de entradas e de acessos diretos ao rio.


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