Uma das hipóteses para que um menino de 10 anos tenha atirado em outro de 8 anos na noite da última quinta-feira (18), no bairro Nonoai, zona sul de Porto Alegre, é que ele tenha sido incitado por traficantes. Conforme o delegado Rodrigo Pohlmann, há informações de que criminosos alcançaram a arma para o menino, e que depois do tiro foram até o local e a esconderam.

O caso aconteceu em uma casa que funciona como uma creche comunitária, onde a moradora e familiares cuidam dos filhos dos vizinhos no Beco do Rio Tejo. O autor, de acordo com a polícia, é filho da proprietária do local, e confessou aos agentes que atirou contra a outra criança com um revólver. Ele disse aos policiais que o tiro não foi intencional, e que encontrou a arma próximo de uma pedra, quando sem querer disparou no colega.

O menino que levou o tiro no peito e a mãe foram ouvidos pela Polícia Civil ainda no Hospital de Pronto Socorro, para onde ele foi levado e segue em estado regular. Para os agentes, a criança disse que o colega atirou intencionalmente, e apontou o nome do colega.

Para o delegado, o convívio de crianças com a criminalidade pode causar circunstâncias como esta, já que elas têm os traficantes como uma referência. "As crianças são expostas ao convívio com traficantes, convívio com disparo de arma de fogo, acordam e dormem com tiros, vêem pessoas mortas nas ruas. Isso pode estar mexendo com a consciência delas, que estão olhando isto como algo banal", afirma Pohlmann.

Há relatos, também, de que o motivo do tiro seria uma briga entre os dois meninos, mas o delegado não acredita que isso possa ter motivado uma criança a fazer um disparo de arma de fogo.

O caso vai ser repassado para o Conselho Tutelar, que pode penalizar a mãe da criança que disparou.

* Rádio Gaúcha