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Cerco ao tráfico

Estado terá força-tarefa contra invasões em condomínios do Minha Casa Minha Vida

Traficantes de drogas expulsam moradores para instalar bocas de fumo em unidades do programa

07/03/2016 - 12h24min

Atualizada em: 07/03/2016 - 12h48min


José Luís Costa
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Em outubro de 2015, Polícia Civil prendeu 46 pessoas em operação em dois condomínios no bairro Restinga

O governo federal quer ajuda do Estado para debelar invasões de moradias do programa Minha Casa Minha Vida por parte de traficantes.

O problema virou epidemia nacional, e, no Rio Grande do Sul, está sendo criada uma força-tarefa para evitar que o principal projeto social brasileiro seja derrotado pelas drogas.

– Existem grupos que estão tomando casas de mutuários, pessoas que precisam de moradia. Não queremos, em hipótese alguma, que o programa seja ferido no seu âmago por interferência de crimes – afirmou Regina Miki, titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Ela esteve em Porto Alegre na última sexta-feira para traçar as primeiras metas em parceria com o secretário estadual da Segurança Pública, Wantuir Jacini.

– Viemos agradecer o que esta sendo feito e oferecer elementos para auxiliar e a aperfeiçoar a investigação – acrescentou Regina.

A ideia é envolver o Ministério das Cidades, o Banco do Brasil e a Caixa Federal (responsáveis pela execução da política habitacional) para que esses organismos abasteçam as autoridades de segurança com informações que ajudem a reprimir tanto invasões por criminosos quanto a venda ilegal de casas. Regina lembrou que equipes interministerial e interestadual, já foram criadas no Rio de Janeiro com bons resultados. No começo do ano, um casal de traficantes foi preso suspeito de comandar a expulsão de moradores de apartamentos, derrubar muro e montar uma boca de fumo em um condomínio de Guadalupe, no subúrbio carioca.

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Por iniciativa própria, a Polícia Civil gaúcha já vinha atuando contra esse tipo de crime. Em outubro, a Operação Gênesis, uma das maiores ofensivas coordenadas pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), levou 652 policiais até dois condomínios do Minha Casa Minha Vida, no bairro Restinga, zona sul da Capital, onde 46 pessoas foram presas.

Além de tomar de assalto dezenas de casas que viraram pontos de venda de entorpecentes, depredando instalações, os bandidos ameaçavam outros moradores, exigindo que eles guardassem armas e drogas. Os alvos e as estratégias da força-tarefa no Estado são mantidos em sigilo.

– Estamos atentos, mapeando os condomínios – afirmou o delegado Mario Souza, diretor da Divisão de Investigações do Denarc, responsável pelo trabalho.

Levantamento dos ministérios das Justiça e das Cidades relacionaram 108 queixas de invasões de moradia do Programa Minha Casa Minha Vida em 16 Estados, conforme divulgado pelo jornal Estadão de S. Paulo, em 2015. Bahia lidera o ranking de irregularidades com 24 casos, seguida de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Paraná. O Rio Grande do Sul apareceu em sétimo com cinco casos.

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