Polícia



Operação Regresso

Força-tarefa localiza adolescentes desaparecidos em Porto Alegre

Policiais visitam cerca de cem famílias para atualizar banco de dados e checar se os jovens retornaram para casa. Muitos pais acabam esquecendo de comunicar o aparecimento à polícia 

25/05/2016 - 17h09min

Atualizada em: 25/05/2016 - 17h10min


Schirlei Alves
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Mãe assina confirmação de aparecimento da filha

O desaparecimento de um filho, principalmente na fase da adolescência, tem sido a preocupação de muitos pais em Porto Alegre. Só no ano passado, foram registradas 1426 ocorrências na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima.

Em 921 casos, os desaparecidos foram localizados, mas 505 ainda constam no sistema. É possível que boa parte já tenha retornado para casa, só que a localização dificilmente é comunicada pela família.

Com o intuito de atualizar os cadastros e otimizar o trabalho dispensado pelas equipes de investigação, a delegacia especializada realizou a Operação Regresso nesta quarta-feira. A força-tarefa também foi mobilizada em alusão ao Dia Internacional da Criança Desaparecida.

Cinco equipes visitaram cerca de cem famílias na Capital. Até o meio da tarde, pelo menos 47 desaparecidos já haviam sido localizados.

A reportagem do "Diário Gaúcho" acompanhou a visita de oito famílias nos bairros Bom Jesus e Jardim Carvalho. Em quatro casos, os adolescentes foram localizados. Nos outros, há indícios de que já deram sinal de vida, mas têm o hábito de fugir.

Em uma das situações, o pai comunicou o desaparecimento das filhas de 13 e 14 anos em outubro do ano passado. Ele disse que uma delas foi encontrada e está morando com um parente. A outra jovem volta e meia aparece, mas continua com paradeiro incerto.

– A mais velha está vivendo aí nesse mundo. Ontem ela ainda veio aqui, arrumou uma sacolinha, uma coberta e saiu – disse a madrasta.

De acordo com a delegada Andréa Magno, esse tipo de situação é comum e normalmente ocorre em função da desestrutura familiar.

– É importante que os pais procurem conversar com seus filhos, saber o que estão fazendo na internet, quem são os amigos e onde estão indo. A prevenção é sempre a melhor solução – aconselha.

Outra mãe disse que a filha de 16 anos voltou para casa, mas fugiu novamente. Ela gostaria que a filha estudasse e fizesse um estágio, mas a garota não aceitou os conselhos.

– Eu tento segurar ela quando estou em casa, mas tenho que trabalhar pois tenho outros dois pra sustentar. Não é fácil ser mãe e pai.

Em uma das visitas, a mãe recebeu os policiais com um sorriso no rosto, pois a filha apareceu três dias depois. A jovem de 16 anos que saiu de casa na tarde de um domingo para passear com uma colega em Ipanema, não voltou no horário estipulado pela mãe.

A mulher de 47 anos ficou desesperada, registrou a ocorrência e contou com familiares para fazer buscas. Ela estava na casa de uma amiga em Alvorada. A mãe garante que a filha não voltou a fugir.

– Tinha que ir na delegacia avisar? Desculpe, eu não sabia.

Como prevenir?
- Não permita que seu filho brinque ou ande na rua sem a companhia de um adulto de confiança.
- Observe com atenção as mudanças de comportamento e procure identificar as causas.
- Verifique com quem seus filhos se correspondem na internet.
- Nunca tire os olhos dos filhos em locais de grande circulação de pessoas.
- Ajuda seus filhos a memorizar endereço e telefone de contato.

O que fazer em caso de desaparecimento?

- Faça imediatamente o boletim de ocorrência do desaparecimento.
- O registro pode ser feito na delegacia de polícia mais próxima ou no Departamento Estadual da Criança e do Adolescente.
- Descreva a situação em que ocorreu o desaparecimento e a aparência da pessoa.
- Leve fotos atuais e documentos.
- Quando o filho for encontrado é preciso comunicar o aparecimento na delegacia mais próxima
Fonte: Polícia Civil



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