Violência
Homem morto em assalto a ônibus era rapper e ativista social na Zona Sul de Porto Alegre
Cristiano dos Santos Almeida, o SD, foi morto com um tiro no peito em assalto a ônibus na Vila Pitinga no começo da madrugada deste domingo. Ele era MC no grupo Us Manus, da Vila Cruzeiro
A comunidade hip hop de Porto Alegre amanheceu de luto neste domingo. Um dos seus ativistas mais engajados na Zona Sul da cidade foi morto no assalto a um ônibus da linha Alimentadora Restinga/Lomba do Pinheiro, com um tiro no peito, na Estrada João Antônio da Silveira, Vila Pitinga, Zona Sul de Porto Alegre, no começo da madrugada deste domingo.
Cristiano dos Santos Almeida, conhecido como SD, aos 29 anos era um dos integrantes do grupo Us Manus e ativista na ONG Militantes da Sul, que promove eventos da cultura hip hop para a juventude na Zona Sul da Capital, especialmente na região da Vila Cruzeiro, onde a banda foi criada pelo pai dele, Gilberto Machado Almeida, o Guará, há 16 anos. Guará também morreu no ano passado, com problemas de saúde.
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– Esse crime mostra o quanto essa droga que está se espalhando é nociva para todos. Mata as famílias diretamente envolvidas, mas destrói todas que estão à volta. O SD sempre lutou para mudar essa realidade e acabou sendo vítima dessa violência. Estamos sem rumo – desabafa Róger Gonçalves Pires, que há 12 anos faz parte do grupo e também é MC.
De acordo com a polícia, o ônibus havia saído do Bairro Restinga e, na altura do Corpo de Bombeiros, na Estrada João Antônio da Silveira, um homem e duas mulheres embarcaram. Cristiano embarcou bem mais adiante, na Vila Pitinga. Cerca de dois quilômetros depois do embarque dele, o homem anunciou o assalto ao cobrador do ônibus, lhe apontando uma arma enquanto as duas mulheres recolhiam o dinheiro do caixa.
Depois de pegarem R$ 90, teriam seguido até o fundo do coletivo, onde só estava o Cristiano. A suspeita é de que ele tenha resistido e acabou baleado no peito. Os criminosos fugiram e o motorista ainda levou o rapper até o Pronto-Atendimento da Lomba do Pinheiro, mas ele não resistiu ao ferimento.
Segundo familiares, Cristiano, que também trabalhava na limpeza de banheiros públicos pela Cootravipa e era pai de um menino de 11 anos, havia saído da casa da cunhada, onde deixou a esposa, o filho e a sogra, e pretendia voltar à Vila Cruzeiro para amanhecer ao lado da mãe no Dia das Mães antes de trabalhar na tarde deste domingo.
O caso será apurado pela 16ª DP.
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