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"Não sei por que mataram ele", diz viúva de homem assassinado a tiros em bar na Capital 

Mulher da vítima afirma que viu discussão rápida e que, depois, só ouviu os disparos. Crime aconteceu na madrugada de domingo no Preto Zé

06/06/2016 - 20h08min

Atualizada em: 06/06/2016 - 21h17min


Caetanno Freitas
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Dois dias depois da festa trágica, que terminou com o marido morto a tiros dentro do Preto Zé, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, a viúva de Jeferson Bittencourt, 37 anos, ainda tenta entender o que motivou a discussão no segundo andar do estabelecimento, por volta das 4h30min de domingo. A mulher diz que viu uma rápida troca de ofensas e, em seguida, ouviu os disparos.

– Eu estava dançando com a minha filha no mezanino e ele (Jeferson) estava no camarote. Vi três caras passando pelo meio deles. Depois, voltaram e um deles falou alguma coisa. O pessoal que estava no camarote saiu atrás dos caras. Foi nesse momento que começaram os tiros – relata a mulher da vítima, que pediu para ter o nome preservado.

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– Não consegui ver direito, só ouvi os disparos. Quando vi, minha filha começou a gritar dizendo que era ele no chão. Não houve briga antes. Não sei o que aconteceu, não sei o motivo, não sei por que mataram ele – desabafa.

Suspeito pode ter entrado por área VIP

A viúva de Jeferson, assim como a investigação policial, quer explicações da administração do Preto Zé para descobrir como o atirador entrou armado na boate:

– Foi a primeira pergunta que fiz para a polícia. Como uma pessoa entra armada em um lugar desses? Só pode ter sido pela entrada da banda.

O delegado Adriano Melgaço, titular da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsável pelo caso, não descarta a hipótese de entrada do suspeito pela "área VIP" da casa noturna, que é de acesso restrito aos funcionários e pessoas que integram atrações musicais da noite.

– O proprietário nos disse que a segurança tem até detectores de metais na entrada principal. Pegam nome e RG de todos que entram. Então, quem atirou pode ter entrado por uma porta lateral, uma área VIP, que não fica disponível para os frequentadores – explica o delegado.

Zero Hora tentou novo contato com o proprietário do Preto Zé, mas ele não atendeu às ligações. No domingo, Adolfo Marina Filho disse que a segurança faz uma "revista minuciosa" nos frequentadores, que possui equipe "muito cuidadosa" e que "até carteira de cigarro costumam olhar". Na página oficial da boate no Facebook, vários clientes deixaram mensagens criticando a segurança da festa após o ocorrido.

A polícia ainda não identificou o responsável pelos tiros. Até o momento, a investigação apontou que foram efetuados oito disparos com uma pistola 9mm. O suspeito teria aproveitado a correria para se dispersar na multidão.

Os vídeos de câmeras de segurança recebidos pela polícia não esclareceram o episódio. O delegado está aguardando novas imagens para tentar o reconhecimento do suspeito.

– Existem duas câmeras no segundo andar que estão direcionadas exatamente para o ponto onde ocorreu o crime. Uma delas está estragada e a outra ainda não foi repassada para nós – afirma Melgaço.

*Zero Hora


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