Polícia



Boletim de Ocorrência — Arquivo do Crime

O bêbado e as joias

26/06/2016 - 15h22min

Atualizada em: 26/06/2016 - 15h57min


Renato Dornelles
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Algumas histórias, ainda que não oficiais, acabam sendo repassadas, pela oralidade, ao longo dos anos, de forma que por muitos passam a tratá-las como verdadeiras. E a crônica policial está repleta delas.

Um dos casos (ou, talvez, mais apropriado, seria causo) faz referência ao arrombamento de uma joalheira no Centro da Capital, na década de 70. É necessário deixar registrado que o arrombamento, com um substancial furto de jóias, foi verídico.

Ladrões abriram um buraco em uma das paredes do prédio, ingressaram no estabelecimento e, muito à vontade, recolheram anéis, colares, brincos, pulseiras, pingentes e outros objetos de valor. O crime foi descoberto na manhã seguinte. Bem, até aqui, é tudo verdade.

Reza a lenda que, em uma época em que muitas pessoas eram detidas para "averiguações" por simples suspeita, sem a necessidade de mandados judiciais, um homem, com alto teor de embriaguez, teria sido preso nas proximidades da joalheria assaltada.

Levado a uma delegacia, negou o crime. No entanto, não raramente, era utilizado, entre as técnicas de interrogatório, o chamado "caldo" (afogamento parcial, em que a cabeça do interrogado é mantida submersa em um tonel por alguns segundos, repetidamente, até a confissão, verdadeira ou não, ser obtida).

E assim teria sido feito com o suspeito, para que ele desse conta das joias furtadas. Já no final da tarde, cansado de tantos "caldos", o homem teria apelado ao delegado:

– Doutor, eu não aguento mais!A expectativa gerou um silêncio.

Todos imaginaram que a confissão estava próxima. Mas o embriagado prosseguiu;

– Acho melhor o senhor contratar um mergulhador. Estou o dia inteiro mergulhando nesse tonel e até agora não achei joia alguma!

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