Polícia



Arroio dos Ratos

Justiça pode decretar nesta sexta-feira prisão de dono e funcionários de clínica que incendiou

Sete pacientes em tratamento contra as drogas morreram; dois estão internados em estado grave e um monitor também segue no hospital

22/07/2016 - 14h22min

Atualizada em: 22/07/2016 - 14h24min


Vanessa Kannenberg
Vanessa Kannenberg
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A Justiça pode decretar nesta sexta-feira a prisão preventiva de cinco pessoas ligadas ao Centro de Novos Horizontes (CNH), clínica de reabilitação para dependes químicos que incendiou na madrugada de quinta em Arroio dos Ratos. Sete pacientes morreram, outros dois seguem internados em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro e no Hospital Cristo Redentor (HCR), em Porto Alegre, e o monitor André Quadrado está internado em estado estável na Unidade de Queimados do HCR.

Entre os pedidos de prisão feitos pela Polícia Civil estão o do dono do CNH, que estaria retornando de uma viagem ao Exterior e cujo nome não foi divulgado, e o do chefe de plantão na noite do incêndio, o ex-policial militar e gerente da clínica, Roberto Carlos Lindner Dolejal. Conhecido como Ratão, ele estava no local no momento do incêndio, mas teria fugido após ameaças de agressão por parte dos internos. Nenhum deles havia se apresentado à polícia até as 13h.

Os outros três mandados de prisão preventiva se referem aos três funcionários detidos em flagrante desde quinta-feira: Carlos Augusto Batista (coordenador), Paulo Ricardo Santos de Souza (supervisor) e Vander Luiz Gomes Hernandez (monitor).

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O advogado José Garcez, que representa Batista, afirmou que seu cliente estava em casa quando o incêndio começou e foi ao local apenas depois de chamado. Com base nisso, pretende pedir a liberdade provisória do coordenador. Os defensores dos outros dois presos não foram localizados por ZH. Antes de ser detido, Hernandez disse à Rádio Gaúcha que correu para abrir os quartos quando o incêndio começou. Mas alega ter sido agredido, inclusive com um extintor, e acabou perdendo a chave.

Os suspeitos podem ser responsabilizados por homicídio qualificado com dolo eventual, agravado por situação de cárcere privado e omissão de socorro. A polícia ainda aguarda o resultado das perícias feitas no local do crime e a necropsia nos corpos

ZH voltou a procurar os dirigentes da clínica, mas o atendente do telefone da sede do grupo, que possui outras duas unidades terapêuticas em Porto Alegre e uma em Santo Antônio da Patrulha, disse que a empresa ainda não tem um posicionamento para divulgar. Ele classificou o incêndio como uma "fatalidade".

Morreram no incêndio os internos:

Gabriel Souza Rosa, 19 anos
Samir Prestes Ferreira, 24 anos
Paulo Herivelto, 24 anos
Gustavo de Brito Fagundes, 32 anos
Elivelton Silva, 29 anos
Adriano de Sousa Antunes de Souza, 54 anos

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