Um cortejo com caminhão dos Bombeiros e viaturas com sirenes ligadas, seguido por cerimônia com marcha fúnebre e salva de tiros marcou com tristeza o domingo ensolarado em Tramandaí, no Litoral Norte. As homenagens foram prestadas ao soldado da Brigada Militar Thales Ferreira Floriano, 31 anos, morto com um tiro na cabeça, durante operação policial na Vila Chico Mendes, em Cidreira, na madrugada de sábado.

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No momento em que o PM foi baleado, pelotões da BM de Osório e Tramandaí procuravam uma quadrilha que havia sido vista armada e usando toucas ninjas. Seriam cerca de 10 homens. Durante a manhã de sábado, dois suspeitos foram presos e, durante à tarde, outros dois. Neste domingo, a BM prendeu um quinto. Outros três suspeitos foram identificados e estão sendo procurados.

De acordo com o delegado plantonista do Litoral Norte durante o final de semana, Antônio Hartz, a primeira dupla foi apontada por testemunhas. A segunda, cuja localização foi descoberta por meio de denúncias, estava com drogas, munições e coletes balísticos. Os quatro foram encaminhados para a Penitenciária Modulada de Osório, onde deverão permanecer por, pelo menos 10 dias, enquanto a Delegacia de Cidreira investiga se realmente tiveram participação no crime.

Natural de Tramandaí, Thales era filho do atual secretário de governo da prefeitura local, Roberto Floriano, e da professora aposentada Isabel Floriano. Ele deixa a mulher, Renata, e a filha Clara, que há uma semana completou três anos.

– Ele fazia de tudo para a filha e para toda a família. Era muito atencioso com os pais e também com a avó, a quem sempre dava tempo e carinho. Desde que entrou para a Brigada Militar, ele conseguiu comprar um carro, uma casa e também estruturar a família. Estava feliz por isso – lembrou o colega e amigo Daniel Kirsch, 36 anos, também soldado da BM, durante o velório.

Dedicado à carreira e atencioso
Formado em Educação Física e policial militar desde 2009, Thales foi lembrado pelos colegas como um homem dedicado à carreira e atencioso com todos os quais convivia.

– Era um rapaz extremamente motivado com a profissão dele, sempre buscando crescer. É uma grande perda para a corporação e para toda a comunidade – disse o comandante da Brigada Militar em Tramandaí, capitão Heraldo Leandro dos Santos.

Para a família, o soldado "vestia a farda com orgulho imenso".

– Foi um menino que sempre nos deu muito orgulho. Era preocupado com a educação do sobrinho e sempre aconselhava os mais novos a estudar, a ter um bom caráter e a respeitar os pais. Sempre que conseguia uma folga visitava os avós. Na cidade todos estão comovidos, porque ele sempre fez amigos por onde passou – disse Ana Cristina Rosa, tia do soldado.