Polícia



Reforço na segurança

Sob palmas e buzinas, agentes da Força Nacional iniciam patrulhas em Porto Alegre

Em pontos de grande circulação da Capital, presença da corporação federal foi saudada por motoristas e pedestres

30/08/2016 - 06h44min

Atualizada em: 30/08/2016 - 10h10min


Renato Dornelles
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Estrategicamente postados em pontos de grande movimento, os 136 agentes da Força Nacional começaram, na manhã desta terça-feira, a patrulhar as ruas de Porto Alegre sob aplausos e buzinaço de motoristas. Por volta das 6h30min, distribuídos em dezenas de viaturas e junto de 160 homens da BM, os militares da Força Nacional saíram para seu primeiro patrulhamento pelas ruas de Porto Alegre incorporados à Operação Avante.

De acordo com o comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Alfeu Freitas, nos primeiros dias as atividades serão realizadas em locais onde os indicadores de criminalidade apontam maior necessidade de policiamento ostensivo.

Nesses locais, uma viatura de cada corporação com giroflex ligado e um grupo entre cinco e oito agentes realizam um policiamento ostensivo e bem "chamativo", como pregou o comandante-geral da BM. A comunidade escolar do Colégio Salesiano Dom Bosco, ainda abalada pela morte da vendedora Cristine Fagundes, ocorrida na quinta-feira enquanto ela esperava pelo filho, foi um dos primeiros destinos da Força Nacional. Estrategicamente colocadas de forma ostensiva na frente da escola, duas equipes – uma com três PMs e outras da FN, com quatro servidores – passavam sensação de segurança.

– Dá uma tranquilidade grande, ainda mais depois do que ocorreu. Se fosse sempre assim, não teria o que temer – disse o personal trainer Paulo Mejolaro, 40 anos, que tem dois filhos em turno integral no Dom Bosco.

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Em relação a essa expectativa, o comandante de policiamento da Capital, tenente-coronel Mário Ikeda, disse que neste primeiro momento a Avante estará atuando justamente em locais como esse para melhorar a tranquilidade da população. O oficial afirmou, no entanto, que poderão ocorrer incursões em locais assolados por homicídios e outros crimes ligados ao tráfico de drogas, em horários de alta incidência de crimes.

Na esquina das avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, seis homens e uma mulher a todo instante eram saudados pelos motoristas que passam pelo local. O motociclista André Sareta, bastante entusiasmado, gritou:

– É isso aí! Dureza com essa bandidagem! – afirmou ele rapidamente, antes de seguir sua rotina.

Já a babá Vera Tavares da Silva, 53 anos, que passa todos os dias pelo local, disse que ficou surpresa com a presença, mas que agora está mais tranquila, pois "teme muito ser assaltada".

Comandante da Brigada disse que Força Nacional vem para "dar um apoio"

Às 6h desta terça-feira, uma solenidade com a presença do comandante da Força, coronel Alexandre Aragon, do comandante do Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Mário Ikeda, e do comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Alfeu Freitas, marcou a integração da equipe na sede da Academia da Brigada Militar, no bairro Partenon.

Durante seu pronunciamento e nas entrevistas concedidas, o comandante-geral repetiu diversas vezes a frase de que "hoje, ontem e amanhã quem estará nas ruas será a Brigada Militar".

– A Brigada é o maior patrimônio do Estado em termos de segurança publica. A Força Nacional vem dar um apoio, mas a Brigada continua sendo responsável pelo policiamento no Rio Grande do Sul – frisou.

Freitas enfatizou, ainda, que é importante, nessa operação e nas ações de rotina, operar três palavras: abordar, identificar e revistar. Ele próprio pediu aos agentes da Força e aos PMs gaúchos que "retirem das ruas os meliantes que estão assolando a sociedade gaúcha".

Agentes da Força Nacional vestem boina vermelha e estão acompanhados de PMs do Batalhão de Operação Especiais (BOE) da Brigada Militar

Reconhecimento da Capital foi na segunda-feira

Os militares da Força Nacional haviam feito seu primeiro contato com as ruas de Porto Alegre no fim da tarde de segunda-feira, quando cerca de 15 oficiais, armados com pistolas e fuzis, percorreram diversos trechos da Capital. Na maior parte da viagem, uma viatura da Brigada Militar guiava os quatro veículos da Força, que paravam em locais escolhidos pelo Comando da BM e efetuavam o reconhecimento da área.

De acordo com o Comando da Brigada, o principal objetivo dessa saída de campo foi apresentar os principais pontos de atuação aos oficiais que serão incorporados ao efetivo da Operação Avante. O comboio passou pelas avenidas Ipiranga, Edvaldo Pereira Paiva, Wenceslau Escobar e Chuí. No cruzamento da Wenceslau com a Otto Niemeyer, o grupo ficou parado por cerca de 10 minutos em frente a uma concessionária de veículos, localizada nas proximidades da Escola Padre Reus.



*Zero Hora e Diário Gaúcho


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